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Lombardia pede divisão de vacinas de acordo com PIB

Região tem o maior produto interno bruto da Itália

19 jan 2021 - 08h11
(atualizado às 08h17)
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A vice-governadora da Lombardia, Letizia Moratti, propôs nesta segunda-feira (18) que as vacinas anti-Covid sejam distribuídas na Itália de acordo com o produto interno bruto (PIB) das regiões.

Governador Attilio Fontana com sua vice, Letizia Moratti
Governador Attilio Fontana com sua vice, Letizia Moratti
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A solicitação está em uma carta enviada ao coordenador das ações do governo italiano contra a pandemia do novo coronavírus, Domenico Arcuri. Além da contribuição de cada região para o PIB, Moratti quer que sejam levados em conta fatores como mobilidade urbana, densidade habitacional e zonas mais atingidas pelo Sars-CoV-2.

Em coletiva de imprensa, o governador Attilio Fontana disse que os pedidos de Moratti são "extremamente coerentes e lógicos".

Ele pertence ao partido ultranacionalista Liga, enquanto Moratti, também ex-prefeita de Milão e ex-ministra da Educação, é da legenda de centro-direita Força Itália (FI), liderada pelo ex-premiê Silvio Berlusconi.

A governadora ainda acumula o cargo de secretária de Bem-Estar Social da Lombardia, região com maior PIB na Itália, porém também a mais atingida pela pandemia do novo coronavírus no país.

Reações

O ministro da Saúde, Roberto Speranza, criticou a proposta de Moratti e disse que "todos têm direito à vacina, independentemente da riqueza do território onde vivem".

"A saúde é um bem público fundamental garantido pela Constituição, e não um privilégio de quem tem mais dinheiro", acrescentou.

Já o governador da Campânia, Vincenzo de Luca, disse que é "difícil acreditar que se possa subordinar o direito à vida a dados econômicos". "Estamos a um passo da barbárie. A senhora Moratti é uma pessoa inteligente e civilizada, espero que esclareça que se tratou de uma afirmação impensada", reforçou.

Giuseppe Sala, prefeito de Milão, capital da Lombardia, também criticou a proposta. "Seu país em meio a uma crise política difícil de entender, e sua região pede a entrega das vacinas com base no PIB", ironizou.

Ansa - Brasil   
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