Líderes dos EUA, Reino Unido, Alemanha e Ucrânia se reúnem em Paris em meio a críticas de Zelensky
O presidente francês Emmanuel Macron afirmou na quinta-feira (17) que o raro encontro entre autoridades de política externa dos EUA e enviados britânicos, alemães e ucranianos foi uma "oportunidade importante para chegar a um consenso" sobre o conflito na Ucrânia, em meio a tensões entre Washington e os europeus. Por sua vez, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky acusou o enviado do governo dos EUA, Steve Witkoff, interlocutor de Moscou nas negociações de cessar-fogo, de ter "adotado a estratégia russa" e também denunciou a China por "fornecer armas" à Rússia, aumentando ainda mais suas críticas a Pequim.
O presidente francês Emmanuel Macron afirmou na quinta-feira (17) que o raro encontro entre autoridades de política externa dos EUA e enviados britânicos, alemães e ucranianos foi uma "oportunidade importante para chegar a um consenso" sobre o conflito na Ucrânia, em meio a tensões entre Washington e os europeus. Por sua vez, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky acusou o enviado do governo dos EUA, Steve Witkoff, interlocutor de Moscou nas negociações de cessar-fogo, de ter "adotado a estratégia russa" e também denunciou a China por "fornecer armas" à Rússia, aumentando ainda mais suas críticas a Pequim.
"Acredito que todos querem a paz, certamente, e uma paz robusta e duradoura", disse Macron no início do encontro em Paris, durante um dia marcado por discussões sobre o conflito entre Ucrânia e Rússia, notadamente na presença do chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, e de Steve Witkoff, enviado especial de Donald Trump.
Por usa vez, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky acusou na quinta-feira o enviado governo dos EUA, Steve Witkoff, interlocutor de Moscou nas negociações de cessar-fogo, de ter "adotado a estratégia russa" e "espalhado narrativas russas".
"Acho que o Sr. Witkoff adotou a estratégia do lado russo. Acho isso muito perigoso, porque ele está, consciente ou inconscientemente, espalhando narrativas russas", disse Zelensky em uma coletiva de imprensa.
Steve Witkoff é o principal contato do presidente russo Vladimir Putin nas negociações para resolver o conflito na Ucrânia. Os dois homens se encontraram três vezes desde fevereiro, e o mais recente foi na semana passada, na Rússia.
O governo Donald Trump vem mantendo conversas separadas com altos funcionários russos e ucranianos há várias semanas com o objetivo de encontrar uma solução para a guerra na Ucrânia. No entanto, essas discussões ainda não resultaram no fim dos combates, o que causou frustração no líder americano nos últimos dias.
Segundo o Palácio do Eliseu, um novo encontro entre americanos, ucranianos, franceses, britânicos e alemães será marcado na próxima semana em Londres.
Acusações contra a China
Na quinta-feira, Volodymyr Zelensky também acusou a China de "fornecer armas" à Rússia e participar da "produção de certas armas" em território russo, ampliando suas críticas a Pequim.
"Finalmente recebemos informações de que a China está fornecendo armas para a Rússia (...) acreditamos que representantes chineses estejam envolvidos na produção de certas armas em território russo", disse Zelensky na entrevista coletiva. O ucraniano não deu mais detalhes sobre suas acusações, mas se referiu à "pólvora e artilharia", prometendo dizer mais "na semana que vem".
A Ucrânia anunciou na semana passada que havia capturado dois cidadãos chineses que estavam lutando com o exército russo, e Zelensky já havia acusado a China de estar "envolvida" no conflito, acusações denunciadas como "infundadas" por Pequim. O presidente ucraniano também garantiu que "várias centenas" de cidadãos chineses estão lutando nas unidades do exército russo na Ucrânia.
A China se apresenta como parte neutra e uma potencial mediadora neste conflito, mas continua sendo uma importante aliada política e econômica da Rússia, a ponto de o Ocidente tê-la chamado de "facilitadora decisiva" do ataque russo - que Pequim nunca condenou.
A China é acusada de ajudar a Rússia a contornar as sanções ocidentais, permitindo que Moscou adquira os componentes tecnológicos necessários para a produção de armas de guerra.
(Com AFP)