Ucrânia avança em negociações para entrar na União Europeia, aponta relatório
A Comissão Europeia anunciou nesta terça-feira (4) que a Ucrânia fez progressos rumo à adesão à UE e que as negociações podem agora avançar para a próxima fase. O único ponto ainda pendente é o combate à corrupção no país.
A Comissão Europeia anunciou nesta terça-feira (4) que a Ucrânia fez progressos rumo à adesão à UE e que as negociações podem agora avançar para a próxima fase. O único ponto ainda pendente é o combate à corrupção no país.
"O processo de ampliação do bloco está progredindo agora mais rapidamente do que nos últimos 15 anos", afirmou a Comissão Europeia em um relatório publicado nesta terça-feira, que descreve o estado das negociações entre a UE e dez países que buscam aderir ao bloco.
O processo de adesão sofreu uma aceleração significativa após a invasão russa em fevereiro de 2022. Vários países, incluindo a Ucrânia e a Moldávia, foram oficialmente reconhecidos no ano seguinte como candidatos à adesão, e as negociações com outros Estados já presentes nas listas de candidatos da UE, como a Bósnia e Herzegovina, foram retomadas.
A Turquia, cujas negociações de adesão estão congeladas desde 2018, teve uma proposta de estreitar os laços econômicos com o bloco em 2023.
Neste relatório anual, a Comissão Europeia destaca os progressos realizados, mas também os atrasos acumulados.
Em relação à Ucrânia e à Moldávia, o documento afirma que ambos demonstraram claramente seu compromisso com a adesão à União Europeia. No final de setembro, o partido pró-europeu PAS, da presidente moldava Maia Sandu, venceu as eleições legislativas com pouco mais de 50% dos votos.
Corrupção
A única mancha no histórico da Ucrânia, segundo a Comissão, é o combate à corrupção. "As tendências negativas recentes, incluindo o aumento da pressão sobre as agências anticorrupção especializadas e sobre a sociedade civil, devem passar por mudanças decisivas", observa o executivo europeu.
Uma lei aprovada neste verão eliminou a independência de dois órgãos anticorrupção fundamentais, desencadeando imediatamente os primeiros grandes protestos na Ucrânia desde o início da invasão russa. Essa decisão provocou a indignação de Bruxelas, forçando Kiev, muito dependente da ajuda europeia, a recuar.
No entanto, isso não comprometeu a continuidade das negociações, que a Ucrânia espera concluir até 2028. "Há todos os motivos para esperarmos um resultado positivo para nós", declarou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na segunda-feira (3).
Bruxelas apoia esse objetivo "ambicioso", mas faz um apelo a uma "aceleração do ritmo das reformas", particularmente no que se refere ao respeito pelo Estado de direito. "A mensagem da Comissão é clara: a Ucrânia está pronta para avançar", afirmou sua presidente, Ursula von der Leyen, na noite de segunda-feira.
As negociações de adesão com os países candidatos estão divididas em "capítulos", de acordo com temas selecionados, e a UE acredita que todos podem ser abertos até o final do ano. No entanto, a Hungria, que se opõe firmemente à adesão da Ucrânia, ainda precisa ser convencida. Contudo, a abertura de cada "capítulo" requer um acordo unânime.
O veto húngaro também impede o avanço da Moldávia, uma vez que Chisinau e Kiev negociam sua adesão em conjunto com Bruxelas.
Negociações com a Geórgia paralisadas
As negociações com a Geórgia também estão paralisadas, mas por uma razão completamente diferente. O partido no poder em Tbilisi decidiu virar as costas à União Europeia, interrompendo efetivamente o processo de adesão.
Por outro lado, a Comissão Europeia está satisfeita com os progressos alcançados por Montenegro. "É o país mais avançado no processo de adesão à UE", declarou a Comissária Europeia para a Ampliação, Marta Kos, ao Parlamento Europeu na terça-feira.
"Montenegro, Albânia, Ucrânia e Moldávia se destacam. Foram os países que mais avançaram nas reformas ao longo do último ano", acrescentou.
Para outras nações dos Balcãs, os resultados são mais contrastantes. Na Bósnia, a "crise política prejudicou o progresso rumo à adesão à UE", observa o relatório. Na Sérvia, "as reformas desaceleraram consideravelmente", lamenta a Comissão Europeia, que também critica a utilização de uma "narrativa anti-UE" por vários líderes políticos sérvios.
(Com informações da AFP)