Instabilidade política é terceira maior preocupação dos franceses em 2025, aponta pesquisa
Três primeiros-ministros em apenas um ano e um orçamento para 2026 indefinido: a situação política na França está entre as maiores preocupações da população. Essa é a principal informação do relatório anual do Conselho Econômico Social e Ambiental da França (Cese), divulgado nesta terça-feira (28), que destaca que o temor dos franceses com a crise no governo registrou um salto de oito pontos em relação a 2024.
Três primeiros-ministros em apenas um ano e um orçamento para 2026 indefinido: a situação política na França está entre as maiores preocupações da população. Essa é a principal informação do relatório anual do Conselho Econômico Social e Ambiental da França (Cese), divulgado nesta terça-feira (28), que destaca que o temor dos franceses com a crise no governo registrou um salto de oito pontos em relação a 2024.
Pouco mais de um ano depois que o presidente francês, Emmanuel Macron, decidiu dissolver a Assembleia Nacional, um em cada três franceses (32%) cita a instabilidade política como sua principal preocupação. A questão fica atrás apenas da saúde (37%) e do poder aquisitivo (34%), segundo pesquisa realizada pelo instituto Ipsos para o Cese.
Em entrevista ao jornal Le Parisien, o presidente do Conselho Econômico Social e Ambiental da França, Thierry Beaudet, avalia que o resultado do levantamento é fruto de uma "desconfiança muito forte em relação à classe política". Segundo ele, os representantes "acendem um sinal de alarme" na população porque "não respondem mais às questões cotidianas que importam aos franceses".
O levantamento aponta que o contexto internacional também pesa no moral dos franceses. A preocupação da população com o contexto geopolítico deu um salto de nove pontos em relação ao último relatório elaborado pelo Cese em 2024. A angústia é impulsionada pelo avanço da Rússia na Ucrânia, a guerra comercial de Donald Trump e o conflito na Faixa de Gaza.
Nova dissolução?
Na Assembleia Nacional da França, os deputados correm contra o relógio para tentar adotar, nas duas próximas semanas, um projeto para o orçamento de 2026. Segundo o jornal Le Figaro, os socialistas se preparam para registrar uma nova moção de censura que pode ser fatal para o primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu. Caso a situação não se desenrole até 15 de novembro, o diário aposta que Macron recorra a uma nova dissolução e a convocação, mais uma vez, de novas eleições antecipadas.