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Feminicídios crescem 11% na França e entidades acusam Macron de abandonar a causa

Os feminicídios conjugais aumentaram 11% na França entre 2023 e 2024, alertou nesta sexta-feira (31) o relatório anual do Ministério do Interior sobre o tema. O número de mulheres mortas por seus parceiros ou ex-parceiros chegou a 107 no país, ou uma a cada 3,5 dias.

31 out 2025 - 11h03
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Os feminicídios conjugais aumentaram 11% na França entre 2023 e 2024, alertou nesta sexta-feira (31) o relatório anual do Ministério do Interior sobre o tema. O número de mulheres mortas por seus parceiros ou ex-parceiros chegou a 107 no país, ou uma a cada 3,5 dias.

Uma manifestação contra as violências às mulheres está marcada para o próximo dia 22 de novembro, na França. (Foto: 23/11/2024)
Uma manifestação contra as violências às mulheres está marcada para o próximo dia 22 de novembro, na França. (Foto: 23/11/2024)
Foto: © Mathilde Lavigne/RFI / RFI

No total, as autoridades policiais registraram 138 mortes violentas em relacionamentos conjugais no ano passado, das quais 31 foram homens - um aumento de 35% em relação ao ano anterior. Além disso, 403 tentativas de homicídio em casais foram registradas em 2024.

O perfil típico do agressor "continua sendo predominantemente masculino, na maioria das vezes em um relacionamento, de nacionalidade francesa e desempregado", observa o ministério. Eles têm "em sua maioria entre 20 e 49 anos", com "um pico particularmente significativo entre os maiores de 70 anos, em comparação com 2023".

A grande maioria (90%) dos feminicídios e homicídios domésticos foram cometidos na casa da vítima ou do agressor. O estudo relata 49 casos de uso de faca e 34 casos de uso de arma de fogo. Mais de 30% dos crimes foram precedidos por uma discussão e 16% ocorreram no contexto de uma separação não aceita.

Quase metade das mulheres havia denunciado violências

A região francesa com maior número de vítimas foi o Var, no sul do país. Em relação às vítimas, 47% das mulheres "haviam relatado atos anteriores de violência às forças de segurança e, entre elas, 81% já haviam registrado queixa". Uma das vítimas estava recebendo assistência de emergência, duas tinham ordens de proteção e um agressor estava sob supervisão judicial, de acordo com o estudo.

Para o coletivo "Feminicídios por Parceiros ou Ex-Parceiros" (FPCE), é hora de acabar com a "impunidade". "Os homens ainda não são punidos o suficiente, o que lhes permite continuar agindo até desferirem o golpe fatal", disse uma das integrantes à AFP, pedindo para falar em nome do coletivo.

A situação é "absolutamente dramática", enfatiza Anne-Cécile Mailfert, presidente da Fundação das Mulheres, para quem o combate a essa violência "claramente deixou de ser uma prioridade nacional". "Esse aumento não nos surpreende, considerando os cortes de orçamento ou adiamentos de subsídios que afetam diretamente as associações, que são obrigadas a fechar ou reduzir seus serviços" e "não conseguem mais" proteger as mulheres vítimas, acrescenta.

Menos recursos, mais mortes

Maëlle Noir, do coletivo #Noustoutes, afirma que a redução dos subsídios para o combate à violência contra as mulheres "é criminosa". "O Estado e o governo não só são cúmplices desses feminicídios, como são de fato responsáveis por sua ocorrência", denunciou, dizendo estar "indignada" com os números de 2024.

Associações feministas francesas exigem que o presidente Emmanuel Macron, que ao assumir o cargo fez do combate à violência contra as mulheres "uma grande causa nacional", fortaleça os mecanismos existentes e aumente o orçamento para a pasta.

Diversos relatórios oficiais (Tribunal de Contas, Senado, Assembleia Nacional etc.) denunciaram que a causa é "subfinanciada" na França e indicaram que os valores a ela destinados são "irrisórios". Diante das críticas, o chefe de Estado alegou ser "inquestionável" sobre essas questões.

O governo destaca o aumento dos recursos destinados à linha telefônica de denúncia 3919, para mulheres vítimas de violência, a abertura de linhas de alerta de "perigo grave" e o aumento de tornozeleiras eletrônicas que asseguram o distanciamento de agressores.

Mailfert, entretanto, lamenta que hoje "não existe mais discurso político, e a luta contra a violência doméstica não se resume a ações de dois ou três anos; ela precisa continuar sendo uma prioridade a longo prazo, para ser eficaz". O coletivo #Noustoutes convocou uma manifestação para o dia 22 de novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.

Com AFP

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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