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Europa

De criminosos comuns a terroristas suicidas em Paris após passagem pela Síria

17 nov 2015 - 14h11
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Quatro dos cinco terroristas suicidas identificados após os atentados de Paris, além do suspeito que ainda está foragido, compartilham um passado de pequenos crimes que se transformou em radicalismo jihadista após terem passado pela Síria.

É o caso de Salah Abdeslam, o único que segue vivo entre os autores dos atentados que provocaram a morte de pelo menos 129 pessoas em seis locais da capital francesa.

Salah, francês nascido na Bélgica, de 26 anos, e residente no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, tem antecedentes por tráfico de drogas, posse de armas e violência.

Após dois anos trabalhando na empresa que administra o serviço de transporte urbano de Bruxelas, foi demitido em 2011 por várias faltas injustificadas.

Acredita-se que, em 2014, ele viajou à Síria. Em Molenbeek, ele era considerado como o mais aberto e simpático dos irmãos, Brahim Abdeslam, de 31 anos, que acionou seu colete de explosivos em um terraço do centro de Paris após ter atirado contra dezenas de pessoas.

Fichado pela Polícia desde os 14 anos por tráfico de entorpecentes, Brahim administrava o "Café dês Béguines" de Moleenbek até que, no último dia 4, foi ligado a um crime de venda de drogas.

De personalidade violenta, Brahim foi multado em 1998 por ter agredido agentes belgas que tentavam despejar sua família do imóvel social em que moravam.

Nos últimos anos mantinha vínculos por meio da internet com jihadistas do Estado Islâmico (EI), segundo a imprensa belga.

Na casa de shows Bataclan foi encontrado o corpo de Ismaël Omar Mostefaï, de 29 anos, que nasceu em Courcouronnes, ao sudeste de Paris, condenado por oito delitos menores - entre eles dirigir sem habilitação e posse de drogas - entre 2004 e 2010, ano no qual a inteligência francesa o considerou como potencial radical.

Distanciado de seus familiares e pai de uma menina, Mostefaï deixou poucas pistas em sua cidade natal e, nos últimos anos, viveu em outras comunas francesas, em particular em Chartres.

Segundo a imprensa local, Mostefaï se tornou radical após ter contato com um religioso procedente da Bélgica, viajando à Síria na sequência para receber treinamento.

Na mesma sala de espetáculos foi encontrado o corpo de Samy Amimour, de 28 anos, nascido em Paris e morador de Drancy, ao sul da capital francesa.

Motorista de ônibus em Paris durante um tempo, tímido e filho de uma família de raízes argelinas não muito religiosas, ele se radicalizou na mesquita Le Blanc Mesnil, ao leste da capital do país, obrigando sua mãe e irmãs a usar véu.

Em 2012, ele foi acusado de ter viajado ao Iêmen. Sem ficha policial até então, Amimour rompeu a vigilância judicial a qual foi submetido e viajou à Síria em setembro de 2013.

Seu pai o seguiu para tentar resgatá-lo do Estado Islâmico, mas encontrou uma pessoa fria, que quase não lhe deu atenção, segundo informações divulgadas pela imprensa francesa.

Perto do Stade de France, Bilal Hadfi, francês de 20 anos e residente do bairro de Neder-over-Hembeek, em Bruxelas, torcedor fanático de futebol até o ano passado, quando começou a frequentar ambientes jihadistas radicais.

Após passar pela Síria, postou em seus perfis nas redes sociais mensagens encorajando atentados terroristas.

Na porta do Stade de France outra pessoa também suicidou. Ao lado dela foi encontrado um passaporte sírio com o nome de Ahmad al Mohammad, de 25 anos e nascido em Idlib, que entrou na Europa com um grupo de refugiados na ilha grega de Leros, em outubro.

Apesar das impressões digitais do passaporte coincidirem com a do terrorista, os investigadores não confirmaram a veracidade do documento.

Um dos suicidas do Bataclan e o terceiro do Stade de France ainda precisam ser identificados. O jornal "Le Monde" indica que os investigadores não descartam que, junto aos irmãos Abdeslam, houvesse uma terceira pessoa.

EFE   
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