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Europa

Conservadores acreditam que vão ampliar maioria na Câmara dos Comuns

5 jun 2017 - 19h41
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O Partido Conservador, da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, acredita que ampliará a maioria na Câmara dos Comuns nas eleições da próxima quinta-feira, nas quais parte como favorito, segundo diversas pesquisas, apesar do surpreendente crescimento do Partido Trabalhista, de Jeremy Corbyn.

Com uma diferença de quase 20 pontos de sua legenda em relação aos trabalhistas nas pesquisas de março, May decidiu antecipar estas eleições, em vez de esperar terminar seu mandato, em 2020, com o objetivo de obter um "firme" voto de confiança em relação às negociações sobre a saída britânica da União Europeia (UE), o chamado "brexit".

No momento da dissolução do Parlamento, em maio, os "tories" tinham 330 cadeiras em uma câmara de 650, contra 229 do Partido Trabalhista, o maior da oposição britânica.

Mas May quer ir além e procura apoios que lhe ajudem a dar sinal verde de forma mais contundente, especialmente a tudo o que for relacionado ao "brexit".

No entanto, esses primeiros apoios obtidos pelos conservadores nas pesquisas, algo inédito desde os tempos da ex-primeira-ministra Margaret Thatcher, começaram a enfraquecer no final da campanha eleitoral, quando o Trabalhismo avança de maneira pouca esperada.

No dia 21 de maio, os trabalhistas tinham conseguido diminuir de 18 para nove pontos percentuais a diferença para os conservadores, segundo pesquisa de intenção de voto feita pela empresa YouGov para a revista britânica "The Sunday Times", com 1.925 pessoas.

Outra sondagem, da empresa Survation para a rede "ITV", apontou em 30 de maio uma diferença ainda menor, de seis pontos: 43% de apoio aos conservadores, e 37% aos trabalhistas.

A Survation entrevistou mais de mil cidadãos no Reino Unido entre 26 e 27 de maio, dias após o atentado suicida de Manchester, em que 22 pessoas morreram e que obrigou a suspender por alguns dias a campanha para as eleições.

Mais inquietante para os "tories" é outra recente pesquisa do YouGov que indica que May não conseguirá a maioria absoluta e que perderá 20 cadeiras, enquanto que os trabalhistas somarão quase 30.

Apesar de tudo, Tim Bale, professor de Política da Universidade Queen Mary de Londres, disse à Efe que é possível que o Trabalhismo cresça, mas "isso não quer dizer que tenha muitas oportunidades de ganhar".

"E muitos dos que apoiam o Trabalhismo, especialmente os jovens, não irão votar", opinou Bale.

O nervosismo entre os "tories" por causa desse crescimento do principal partido da oposição levou May a se centrar outra vez no "brexit" e na ameaça de que o líder esquerdista poderia representar para a segurança nacional e a economia do Reino Unido, devido a sua oposição à opção nuclear e a sua aposta na nacionalização de setores como o ferroviário e o elétrico.

Apesar das profundas divisões dentro do Trabalhismo, Corbyn conseguiu que sua mensagem - centrada em erradicar focos de pobreza no país e com o lema de trabalhar a favor de "muitos", não para "poucos" - tenha dado os seus frutos.

Ainda que os líderes dos partidos derrotados nas últimas eleições gerais tenham escolhido a renúncia, Corbyn deixou claro que não irá sair da presidência da legenda caso ela leve uma surra eleitoral.

Para Bale, os sinais indicam que "Corbyn vai querer se aferrar à liderança até que os que estão a seu lado possam encontrar um possível sucessor da ala esquerda".

Corbyn já resistiu a uma poderosa luta interna de tirá-lo da liderança após a vitória do "brexit" no referendo de junho do ano passado, mas apesar das fortes pressões, conseguiu voltar a ser escolhido graças ao apoio das bases.

EFE   
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