EUA cancelam vistos de esposa e filha de 10 anos de Alexandre Padilha, ministro da Saúde
O governo Trump tem revogado o visto norte-americano de autoridades e seus familiares por questões política
O governo Trump, dos Estados Unidos, revogou o visto da esposa e da filha de 10 anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nesta sexta-feira, 15, segundo informações da Agência Brasil. O passaporte do ministro está vencido desde 2024 e, por isso, não é passível de cancelamento. A medida foi tomada após de Padilha criticar Trump por cancelar o visto de outro brasileiros por conta do programa Mais Médicos.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
A medida acontece em meio a um revogaço de vistos anunciado pelo secretário de Estado do governo de Donald Trump, Marco Rubio. Nessa nova leva de cancelamento de vistos de membros do governo brasileiro, anunciada na quarta-feira, 13, foram afetadas também autoridades de outros países que, segundo ele, privaram cubanos de atendimento médico essencial. Mozart Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-funcionário do governo brasileiro, também perderam seus vistos.
Padilha se pronunciou sobre o assunto, chamando Trump de "iminigo da saúde" durante evento. Nas redes sociais, ele também afirmou que "o Mais Médicos, assim como o PIX, sobreviverá aos ataques injustificáveis de quem quer que seja". O programa salva vidas e é aprovado por quem mais importa: a população brasileira", complementou.
Mais sobre as revogações
A declaração de Rubio se deu após o Departamento de Estado dos Estados EUA informar a imposição de revogação e restrições de vistos a autoridades brasileiras, africanas, cubanas e granadinas, além de seus familiares, por "cumplicidade com o esquema de exploração de trabalho do regime de Cuba".
Rubio citou nominalmente o programa Mais Médicos, o qual chamou de 'esquema' e considerou um 'golpe diplomático inconcebível de missões médicas estrangeiras'. A contratação dos médicos cubanos pela iniciativa ocorreu entre 2013 e 2018.
"Esse esquema enriquece o corrupto regime cubano e priva os cidadãos de Cuba de cuidados médicos essenciais", diz o comunicado.
.@StateDept is also taking steps to revoke visas and impose visa restrictions on several Brazilian government officials and former PAHO officials complicit in the Cuban regime’s forced labor export scheme. Mais Médicos was an unconscionable diplomatic scam of foreign ‘medical… https://t.co/O1AiY948MK
— Secretary Marco Rubio (@SecRubio) August 13, 2025
O departamento também afirma que as autoridades sancionadas usaram a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) como intermediária com a ditadura de Cuba para implementar o programa sem observar os requerimentos constitucionais brasileiros'.
"Dezenas de médicos cubanos que atuaram no programa relataram que foram explorados pelo regime cubano enquanto faziam parte do programa", diz a publicação, que também anuncia a revogação dos vistos de Mozart Julio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde e atual diretor da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a COP30.
Há quase um mês, em 18 de julho, o governo dos EUA anunciou a revogação do visto norte-americano do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, de seus familiares próximos e de aliados políticos, com efeito imediato -- tendo como motivo o que chamaram de "caça às bruxas" a Jair Bolsonaro e supostas violações de direitos humanos. Além de Moraes, também tiveram os vistos revogados os ministros: Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes. Outros ministros, André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux, não foram afetados pela medida.
