Governo Trump ataca Mais Médicos e revoga vistos de autoridades ligadas ao programa
Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, anunciou suspensão e restrição dos vistos de Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman
Marco Rubio, secretário de Estado do governo Trump, anunciou a revogação e restrição de vistos de autoridades brasileiras e estrangeiras ligadas ao programa Mais Médicos, alegando exploração de trabalho forçado pelo regime cubano.
O secretário de Estado do governo de Donald Trump, Marco Rubio, anunciou, nesta quarta-feira, 13, uma nova leva de revogação de vistos de membros do governo brasileiro, além de autoridades de outros países que, segundo ele, privaram cubanos de atendimento médico essencial.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
A declaração de Rubio se deu após o Departamento de Estado dos EUA informar a imposição de revogação e restrições de vistos a autoridades brasileiras, africanas, cubanas e granadinas, além de seus familiares, por 'cumplicidade com o esquema de exploração de trabalho do regime de Cuba'.
Rubio citou nominalmente o programa Mais Médicos, que chamou de 'esquema' e considerou um 'golpe diplomático inconcebível de missões médicas estrangeiras'. A contratação dos médicos cubanos pela iniciativa ocorreu entre 2013 e 2018.
.@StateDept is also taking steps to revoke visas and impose visa restrictions on several Brazilian government officials and former PAHO officials complicit in the Cuban regime’s forced labor export scheme. Mais Médicos was an unconscionable diplomatic scam of foreign ‘medical… https://t.co/O1AiY948MK
— Secretary Marco Rubio (@SecRubio) August 13, 2025
Em comunicado, o departamento de Rubio anunciou a revogação dos vistos de 'diversas autoridades brasileiras, ex-membros da OPAS e seus familiares'. A pasta aponta que essas autoridades são 'responsáveis ou estão envolvidas no apoio à coerção da força de trabalho exercida pelo regime cubano, que explora médicos cubanos pelo trabalho forçado'.
"Esse esquema enriquece o corrupto regime cubano e priva os cidadãos de Cuba de cuidados médicos essenciais", diz o comunicado.
O departamento também afirma que as autoridades sancionadas usaram a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) como intermediária com a ditadura de Cuba para implementar o programa sem observar os requisitos constitucionais brasileiros'.
"Dezenas de médicos cubanos que atuaram no programa relataram que foram explorados pelo regime cubano enquanto faziam parte do programa", diz a publicação, que também anuncia a revogação dos vistos de Mozart Julio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde e atual diretor da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a COP30.
Em 18 de julho, o governo dos EUA anunciou a revogação do visto norte-americano do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, de seus familiares próximos e de aliados políticos, com efeito imediato.
Além de Moraes, também tiveram os vistos revogados os ministros: Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes.
André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux não foram afetados pela medida.
Marco Rubio comunicou a determinação em seu perfil no X (antigo Twitter). Segundo o secretário, o governo dos EUA "responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura à liberdadede expressão protegida nos Estados Unidos".
"A caça às bruxas política do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente, que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos", escreveu.

