Quem é o secretário do Ministério da Saúde que teve o visto revogado pelo governo Trump
Mozart Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde, teve seu visto dos EUA revogado nesta quarta, 13
Um secretário do Ministério da Saúde teve seu visto dos Estados Unidos revogado pelo governo Trump em medida anunciada nesta quarta-feira, 13. A sanção é motivada por “cumplicidade com o esquema de exploração de trabalho do regime de Cuba”, informou o governo norte-americano, que cita nominalmente o programa Mais Médicos na justificativa.
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Estamos falando de Mozart Sales, que é atual secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde. Nessa leva do revogação dos EUA, além dele, Alberto Kleiman, ex-funcionário do governo brasileiro, também perdeu seu visto.
Mozart é médico, formado pela Universidade de Pernambuco em 1995. Ele também é mestre em Perícias Forenses pela mesma universidade, e doutor em Saúde Integral pelo Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP).
Conforme consta em seu currículo, disponibilizado no portal do Ministério da Saúde, a trajetória de Mozart é extensa. Ele já trabalhou no Hospital Universitário Oswaldo Cruz da Universidade de Pernambuco e no Instituto de Medicina Legal de Pernambuco.
Além disso, deu aula onde se formou, na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco, Lá, ele atuou no departamento de Medicina Social e foi professor de Deontologia e Medicina Legal.
Com relação a outros cargos, ele foi presidente e secretário-geral da associação Pernambucana de Médicos Residentes (APMR). Entre 2004 a 2008 ele também se aproximou da política, tendo exercido um mandato de vereador em Recife e se tornando presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal na cidade.
No governo federal, no Ministério da Saúde, ele exerceu diversos cargos. Como:
- Assessor do Gabinete do Ministro da Saúde no de 2003 a 2004;
- Chefe de Gabinete do Ministro de Estado da Saúde entre 2011 e 2012;
- Secretário Nacional da Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde de 2012 a 2014;
- Até que, agora, é secretário de Atenção Especializada à Saúde.
Mozart também foi chefe de gabinete do Ministro na Secretaria de Relações Institucionais/Presidência da República em 2009 e assessor chefe da mesma secretaria em 2010 – ambos anos de governo Lula.
Mais sobre as revogações de vistos
A medida foi anunciada pelo secretário de Estado do governo de Donald Trump, Marco Rubio. Na nova leva de revogação de vistos de membros do governo brasileiro, também foram afetadas autoridades de outros países que, segundo ele, privaram cubanos de atendimento médico essencial.
A declaração de Rubio se deu após o Departamento de Estado dos Estados EUA informar a imposição de revogação e restrições de vistos a autoridades brasileiras, africanas, cubanas e granadinas, além de seus familiares, por "cumplicidade com o esquema de exploração de trabalho do regime de Cuba".
Rubio citou nominalmente o programa Mais Médicos, o qual chamou de 'esquema' e considerou um 'golpe diplomático inconcebível de missões médicas estrangeiras'. A contratação dos médicos cubanos pela iniciativa ocorreu entre 2013 e 2018.
"Esse esquema enriquece o corrupto regime cubano e priva os cidadãos de Cuba de cuidados médicos essenciais", diz o comunicado.
.@StateDept is also taking steps to revoke visas and impose visa restrictions on several Brazilian government officials and former PAHO officials complicit in the Cuban regime’s forced labor export scheme. Mais Médicos was an unconscionable diplomatic scam of foreign ‘medical… https://t.co/O1AiY948MK
— Secretary Marco Rubio (@SecRubio) August 13, 2025
O departamento também afirma que as autoridades sancionadas usaram a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) como intermediária com a ditadura de Cuba para implementar o programa sem observar os requerimentos constitucionais brasileiros'.
"Dezenas de médicos cubanos que atuaram no programa relataram que foram explorados pelo regime cubano enquanto faziam parte do programa", diz a publicação, que também anuncia a revogação dos vistos de Mozart Julio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde e atual diretor da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a COP30.
Há quase um mês, em 18 de julho, o governo dos EUA anunciou a revogação do visto norte-americano do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, de seus familiares próximos e de aliados políticos, com efeito imediato -- tendo como motivo o que chamaram de "caça às bruxas" a Jair Bolsonaro e supostas violações de direitos humanos. Além de Moraes, também tiveram os vistos revogados os ministros: Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes. Outros ministros, André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux, não foram afetados pela medida.

