Em resposta aos EUA, Irã pode retomar parte de programa nuclear
Medida deve ser anunciada pelo presidente nesta quarta-feira(8)
O Irã pretende reativar parte de seu programa nuclear em resposta à retirada dos Estados Unidos do acordo assinado em 2015 pelo então presidente Barack Obama, informou nesta segunda-feira (6) a agência de notícias estatal IRIB. De acordo com a publicação, a possível recuperação parcial de algumas da atividades nucleares em Teerã está sendo discutida pelo Parlamento iraniano em sessão fechada. O anúncio oficial deve ser realizado pelo presidente do país, Hassan Rohani, em comunicado televisivo, nesta quarta-feira (8), data em que é celebrado o aniversário de um ano do dia em que o governo de Donald Trump deixou o pacto. Segundo a agência de notícias, citando um fonte de alto escalão, a medida não levaria o Irã a uma retirada do acordo firmado com o grupo de seis países conhecido como G5+1 (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha), mas sim a "uma redução do nível de seus compromissos".
"A República Islâmica do Irã, em reação à saída da América do acordo nuclear e às promessas ruins de países europeus sobre o cumprimento de suas obrigações, vai reiniciar uma parte das atividades nucleares que foram interrompidas sob as diretrizes do acordo nuclear", explicou a fonte à agência estatal.
No dia 8 de maio de 2018, Trump decidiu abandonar o acordo nuclear firmado com o Irã, retomando as sanções contra o país.
Na ocasião, ele afirmou que o país "é o principal Estado patrocinador do terrorismo". Negociado por Obama, o acordo fez o governo iraniano se comprometer a limitar suas atividades nucleares em troca de garantir uma trégua em sanções internacionais. A possível retomada das atividades nucleares por parte do Irã pode ser anunciada no momento em que os Estados Unidos decidiram enviar um porta-aviões e um grupo aeronaval para o Oriente Médio como "uma mensagem clara e inequívoca ao regime iraniano".
De acordo com o assessor de segurança da Casa Branca, John Bolton, qualquer ataque aos interesses dos Estados Unidos ou de seus aliados será recebido com força implacável.
