Cidade italiana bloqueia carga de explosivos com destino a Israel
Antonio Tajani afirmou que país não envia armas para guerra
As autoridades da cidade de Ravenna, na Itália, bloquearam nesta quinta-feira (18) dois contêineres carregados de explosivos que tinham como destino a cidade de Haifa, no norte de Israel.
O anúncio foi feito pelo prefeito Alessandro Barattoni, após a carga ser apreendida no porto de Ravenna em função da denúncia de alguns trabalhadores portuários.
Barattoni, a chefe da província de Ravenna, Valentina Palli, e o governador da Emilia-Romagna, Michele De Pascale, enviaram uma carta aos funcionários de alto escalão da Sapir, empresa que administra o principal terminal do porto, em Darsena San Vitale, exigindo o bloqueio do trânsito de armas destinadas a países em conflito.
"Ontem à noite, graças à coragem de alguns trabalhadores portuários, fomos informados da chegada prevista de dois contêineres classificados como explosivos", explica Barattoni.
Após verificarem a denúncia, os três administradores públicos, na qualidade de acionistas da Sapir, solicitaram à empresa "que avaliasse todas as ações legais possíveis para impedir que armas destinadas a países em conflito ou onde direitos internacionais estejam sendo violados transitem pelos terminais da concessão".
A carta também dizia que o código de ética da Sapir deveria incluir um artigo sobre respeito aos direitos humanos e à paz.
"Sempre há um lado a ser considerado. A Emília-Romagna e Ravenna são muito claras sobre de qual lado estão: o das vítimas inocentes e reféns, não o dos governos criminosos e organizações terroristas", afirmam Barattoni, Palli e De Pascale na carta. Segundo eles, "toda ação, incluindo a inação, é política".
Já para o prefeito, "uma posição clara e inequívoca do governo italiano é cada vez mais necessária e urgente". "Não podemos continuar a ignorar o fato de que contribuir para o massacre em Gaza é desumano", concluiu.
Por sua vez, o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, afirmou que não sabe nada sobre o que aconteceu, mas tem certeza que seu país não envia munição italiana para o território israelense.
"Não enviamos armas italianas para Israel. Não é necessária autorização para nada que saia dos portos, então não sei nada sobre o que aconteceu, porque não são armas ou munições italianas", finalizou o chanceler.