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Calamidade causada por asteróide moldou vida na Terra há 466 milhões de anos, dizem cientistas

18 set 2019 - 18h04
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O impacto cataclísmico de um asteróide no litoral do México que condenou os dinossauros há 66 milhões de anos não foi a única ocasião em que um evento astronômico moldou a história da vida na Terra.

Ilustração mostra colisão de asteróide gigante contra Marte e Júpiter, há 466 milhões de anos, e que teve reflexos sobre a Terra. Don Davis/Southwest Research Institute/Handout via REUTERS
Ilustração mostra colisão de asteróide gigante contra Marte e Júpiter, há 466 milhões de anos, e que teve reflexos sobre a Terra. Don Davis/Southwest Research Institute/Handout via REUTERS
Foto: Reuters

Cientistas disseram nesta quarta-feira que a poeira disseminada por uma colisão gigantesca no cinturão de asteróides situado entre Marte e Júpiter 400 milhões de anos atrás desencadeou uma era do gelo na Terra que abriu caminho para um aumento significativo da biodiversidade marinha.

    O evento, que se deu quando a vida se concentrava nos mares e muito antes de os vertebrados surgirem na terra, provocou mudanças evolutivas em invertebrados que foram fundamentais para ecossistemas marinhos à medida que eles se adaptaram ao resfriamento global, explicaram.

O sistema solar interior ficou repleto de quantidades enormes de poeira depois que um asteróide de mais de 150 quilômetros de diâmetro foi atingido por um objeto menor, talvez de 20 quilômetros de largura, segundo os pesquisadores. Foi a maior ruptura conhecida do sistema solar nos últimos dois bilhões de anos.

    A radiação solar que chega à superfície terrestre foi reduzida durante ao menos dois milhões de anos pela poeira no espaço e na atmosfera do planeta, disse Philipp Heck, coautor do estudo e curador associado do Museu Field da cidade norte-americana de Chicago.

    Outro mecanismo de resfriamento foi que a poeira meteórica rica em ferro fertilizou grandes partes da superfície oceânica, o que levou a um aumento da produção de plâncton e a uma redução do dióxido de carbono atmosférico, acrescentou Birger Schmitz, professor de geologia da Universidade Lund da Suécia e principal autor da pesquisa publicada no periódico científico Science Advances.

    "Nas últimas décadas, pesquisadores começaram a entender que a evolução da vida na Terra depende de eventos astronômicos também", disse Schmitz.

    Depois de sublinhar o episódio que aniquilou os dinossauros, causado por um asteróide de estimados 10 quilômetros de largura, Schmitz acrescentou: "Pela primeira vez, cientistas agora podem apresentar outro exemplo de como um evento extraterrestre formou a vida na Terra".

    Os pesquisadores descobriram que vestígios de poeira em rochas sedimentárias formadas na época continham isótopos especiais de hélio e minerais raros que revelaram sua origem extraterrestre.

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