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Ásia

Papa pede a líderes das Filipinas que acabem com a corrupção e ouçam os pobres

16 jan 2015 - 08h50
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O papa Francisco pediu ao governo filipino nesta sexta-feira que combata a corrupção e ouça o choro dos pobres que sofrem com as "escandalosas desigualdades sociais" no país mais católico da Ásia.

Papa Francisco recebe abraço de menina após cerimônia no palácio Malacanang em Manila, ao lado do presidente Benigno Aquino. 16/01/2015
Papa Francisco recebe abraço de menina após cerimônia no palácio Malacanang em Manila, ao lado do presidente Benigno Aquino. 16/01/2015
Foto: Ryeshen Egagamao / Reuters

O papa foi ao palácio presidencial Malacanang para uma cerimônia oficial de boas-vindas liderada pelo presidente Benigno Aquino, enquanto dezenas de milhares de filipinos saiam em êxtase às ruas.

Francisco, muito popular entre os mais pobres, não economizou palavras em seu chamado por uma sociedade mais justa e solidária nas Filipinas, onde 80 por cento dos habitantes são católicos.

"Agora, mais do que nunca, é necessário que os líderes políticos se notabilizem pela honestidade, integridade e compromisso com o bem comum", disse.

Após o encontro com Aquino, Francisco celebrou mais tarde uma missa em Manila, na catedral de estilo colonial. Ele fez uma alteração na programação após a missa, quando atravessou a rua para uma breve visita a uma entidade administrada pela Igreja para cuidar de ex-meninos de rua, incluindo muitos que foram prostituídos quando crianças ou integraram gangues juvenis.

Aquino, o único filho da ex-presidente Corazón Aquino, que lutou pela democracia, assumiu o cargo em 2010 com a promessa de transparência, boa governança e combate à corrupção para tirar as Filipinas da pobreza.

Mas ele vem enfrentando dificuldades para mudar a imagem do país como um dos mais corruptos na Ásia, já que continua a defender seus aliados ao mesmo tempo em que persegue políticos, burocratas e generais associados com o governo passado.

Francisco foi conduzido de sua residência na embaixada do Vaticano até o palácio em um pequeno veículo Volkswagen, de acordo com seu estilo simples, sem sofisticação. Fiéis entusiasmados começaram a se aglomerar quatro horas antes de ele chegar ao palácio.

As Filipinas armaram a maior operação de segurança da sua história, com cerca de 50 mil policiais e soldados mobilizados para proteger o papa. O carro de Francisco era acompanhado por veículos da polícia, o que algumas vezes impedia a multidão de vê-lo de perto.

"De certo modo, tem sido um pesadelo de segurança para nós”, disse Aquino em seu discurso na recepção do papa.

O papa exortou as autoridades a "rejeitarem todas as formas de corrupção, que desvia recursos dos pobres, e fazer esforços conjuntos para garantir a inclusão de todo homem, mulher e criança".

Desde que tomou posse Aquino tem promovido amplas reformas em agências conhecidas pelo desvio de dinheiro público, o que contribuiu para melhorar a posição das Filipinas no índice de percepção de corrupção da Transparência Internacional, de 105 em 2012, para 94 em 2013 e 85 no ano passado.

(Reportagem adicional de Rosemarie Francisco e Neil Jerome Morale)

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