Imagem de 11 de março mostra Kim Jong-un em conferência com militares em local próximo à ilha de Baengnyeong
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A Coreia do Sul se negou nesta terça-feira a reconhecer a decisão da Coreia do Norte de denunciar unilateralmente o armistício alcançado há 60 anos pelos dois países e exigiu que Pyongyang encerre a nova retórica belicista.
A Coreia do Norte anunciou na semana passada a intenção de denunciar o armistício e outros pactos bilaterais assinados com Seul, caso Coreia do Sul e Estados Unidos prosseguissem com os exercícios militares anuais. Os exercícios militares começaram na segunda-feira.
"A denúncia unilateral ou o cancelamento do acordo de armistício não estão previstos em seus próprios dispositivos nem no direito internacional", afirmou à imprensa o porta-voz do ministério sul-coreano das Relações Exteriores, Cho Tai-Young. "Pedimos a Coreia do Norte que retire as ameaças contra a estabilidade e a paz na península da Coreia e na região", disse o porta-voz.
O dirigente norte-coreano Kim Jong-Un escolheu uma pequena ilha sul-coreana, próxima da fronteira marítima entre os dois países, como primeiro alvo no caso de conflito, informou a imprensa estatal. A ilha de Baengnyeong será o primeiro alvo do exército norte-coreano, anunciou Kim, durante uma visita aos quartéis militares próximos da fronteira, na segunda-feira.
Soldados sul-coreanos conversam em cima de tanque durante exercício militar conjunto entre tropas de seu país e dos Estados Unidos em Paju, nas proximidades da fronteira com a Coreia do Norte. Os dois países iniciaram o evento anual nesta segunda-feira, mesmo dia em que a Coreia do Norte declarou "completamente nulo" o armistício que pôs fim à Guerra da Coreia (1950-53) e garantiu que está se preparando para uma guerra iminente contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos
Foto: AP
Militares sul-coreanos montam cercas durante a sessão de exercícios desta segunda-feira. A Coreia do Sul, através do Ministério da Unificação, assegurou que o acordo de armistício não foi invalidado, pois, legalmente, sua anulação requer a conformidade das duas partes, como indica o texto assinado pelas duas Coreias no dia 27 de julho de 1953
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Militares sul-coreanos se preparam para eventual conflito armado. Na quinta-feira passada, a ONU impôs novas sanções econômicas e comerciais por conta do teste nuclear de 12 de fevereiro, o terceiro do país após os realizados em 2006 e 2009
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Imagem da televisão estatal norte-coreana KCNA mostra soldados do país durante exercício militar em local não identificado
Foto: KCNA / Reuters
Manifestantes sul-coreanos usam máscaras e seguram cartazes durante protesto contra a realização dos exercícios anuais em frente à embaixada dos Estados Unidos em Seul. Eles pedem que Sul e Norte negociem a paz permanente e que não haja uma escalada de ameaças entre os dois países. Nos cartazes se lê: "Quando a guerra ocorrer, todos os 70 milhões morrerão" - uma referência à população combinada das duas Coreias
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Tanques sul-coreanos manobram durante o exercício militar anual "Key Resolve" realizado por Coréia do Sul e EUA, que começou hoje e vai até o dia 21. A Coreia do Norte aponta a realização dos exercícios como o fator que desencadeou suas ações
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Imagem da KCNA mostra soldados norte-coreanos sendo transportados para local de treinamento militar
Foto: KCNA / Reuters
Manifestantes mascarados pedem o fim das tensões entre os países
Foto: AP
Grupo de idosos se uniu aos protestos contra os exercícios militares e pela paz na Península Coreana
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Grupo de manifestantes rasga imagem do líder norte-coreano Kim Jong-un durante manifestação paralela de apoio à presidente Park Geun-hye e contra a Coreia do Norte em frente ao palácio presidencial em Seul
Foto: AP
Manifestantes pedem paz perto da embaixada americana em Seul
Foto: AFP
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Nos últimos dias, a Coreia do Norte ameaçou com uma "guerra termonuclear", advertiu o governo dos Estados Unidos que estava exposto a um "ataque nuclear preventivo" e denunciou o armistício que acabou com a Guerra da Coreia em 1953.
A tensão entre os dois países aumentou em dezembro, quando o Norte testou um foguete considerado por Seul e seus aliados como um míssil balístico, seguido de um terceiro teste nuclear em fevereiro e de novas sanções aprovadas na sexta-feira passada pelo Conselho de Segurança da ONU.
Infográfico mostra a cronologia do projeto nuclear norte-coreano
Foto: AFP
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