Youtube paga US$ 22 milhões para encerrar processo movido contra Trump por ter tido conta suspensa
YouTube concordou em pagar US$ 22 milhões para encerrar o processo movido por Donald Trump após a suspensão de sua conta pela subsidiária do Google, em consequência do ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, segundo um documento judicial divulgado na segunda-feira (29).
YouTube concordou em pagar US$ 22 milhões para encerrar o processo movido por Donald Trump após a suspensão de sua conta pela subsidiária do Google, em consequência do ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, segundo um documento judicial divulgado na segunda-feira (29).
O site de vídeos online é a última plataforma a chegar a um acordo com o presidente americano para encerrar uma disputa iniciada em julho de 2021, após os acordos com Meta e X (ex-Twitter).
O presidente americano publicou uma captura de tela em sua rede Truth Social comemorando uma "vitória MASSIVA" que "prova que a censura da Big Tech tem consequências". "YouTube CAPITULOU!", celebra a mensagem que mostra uma montagem fotográfica do presidente, sorridente e com o polegar levantado, recebendo um cheque das mãos de Neal Mohan, chefe da plataforma, nos jardins da Casa Branca.
Os advogados do chefe de Estado indicaram que o valor será destinado a um fundo fiduciário, cuja missão inclui financiar a construção de um gigantesco salão de baile na Casa Branca.
Em 12 de janeiro de 2021, o YouTube havia suspendido a conta de Donald Trump alegando que ele violou as regras da plataforma ao incitar fisicamente a contestação do resultado da eleição presidencial de 2020.
No dia 6 de janeiro, centenas de manifestantes invadiram o Capitólio para protestar contra a certificação da vitória de Joe Biden, um evento que chocou os Estados Unidos e o mundo, resultando na morte de cinco pessoas.
O YouTube só restabeleceu a conta de Donald Trump em março de 2023.
"Capitulação"
Também acusados por Donald Trump de terem encerrado injustamente sua conta, a Meta (Facebook) concordou no final de janeiro de 2025 em pagar US$ 21 milhões para evitar um julgamento, seguida algumas semanas depois pela X, que pagou US$ 10 milhões.
A subsidiária do Google, que pertence ao grupo Alphabet, não reconheceu qualquer culpa e não se comprometeu com nenhuma ação corretiva.
O observatório de mídia Media Matters classificou a decisão do YouTube como uma "capitulação vergonhosa e míope".
"Submeter-se sem motivo agora equivale a encorajar Trump e seus esforços para silenciar vozes dissidentes, colocando a mídia e as plataformas online sob controle", acrescentou Angelo Carusone, presidente da associação de orientação progressista.
A série continua
Muitos juristas consideraram, desde o início do processo, que os argumentos legais de Donald Trump eram insuficientes para obter uma decisão favorável ao presidente em tribunal.
Como YouTube, Meta e X são empresas privadas, afirmam eles, nada os impede de regular o conteúdo publicado ou não em suas plataformas, esse princípio prevalecendo sobre uma possível violação da liberdade de expressão.
Além de Meta e X, o acordo com o YouTube ocorre após outros acordos amigáveis entre o presidente americano e diversos grupos de mídia processados por Donald Trump.
Em julho, a CBS comprometeu-se a pagar US$ 16 milhões para encerrar um processo relacionado a uma entrevista com a ex-candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, durante a campanha.
Donald Trump acusava a emissora de ter editado um trecho da entrevista em que a ex-vice-presidente respondia de forma "incoerente".
Em dezembro, a ABC já havia concordado em resolver outra disputa iniciada pelo bilionário republicano, pagando US$ 15 milhões.
Como parte do acordo de segunda-feira, que ainda precisa ser validado por uma juíza federal de Oakland, Califórnia, o YouTube também pagará US$ 2,5 milhões a outros titulares de contas suspensas após os eventos de 6 de janeiro.
Entre eles estão os influenciadores conservadores Austen Fletcher e Naomi Wolf, que frequentemente divulgam teorias da conspiração.