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América Latina

Petroleiro venezuelano apreendido pelos EUA pode ter ocultado posição; Putin declara apoio a Maduro

O petroleiro Skipper, apreendido pelos Estados Unidos na quarta-feira (10) perto da Venezuela, pode ter ocultado sua posição durante várias semanas em novembro. A conclusão é de uma análise da agência AFP baseada em dados de navegação, imagens de satélite e do site especializado TankerTrackers.

11 dez 2025 - 13h45
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Na quinta-feira, às 10h (GMT), o navio navegava no Caribe, a cerca de 60 quilômetros da costa de São Vicente e Granadinas, em águas internacionais, segundo dados do VesselFinder e da Bloomberg. Ele seguia em direção ao norte desde a noite de quarta.

O Skipper exibiu durante um mês, a partir de 7 de novembro, uma posição estática ao largo da Guiana. Mas, segundo o site TankerTrackers.com, ele provavelmente estava, em meados de novembro, no terminal petrolífero venezuelano José, a cerca de 240 quilômetros a leste de Caracas. Um navio com as mesmas características aparece em imagens de satélite de 18 de novembro analisadas pela AFP.

Entre segunda e quarta-feira, o navio não emitiu nenhum sinal, antes de ser localizado novamente na quarta, poucas horas antes de sua interceptação pelos americanos.

Em setembro, a embarcação estava na área do Estreito de Ormuz, ao largo do Irã, segundo dados da Bloomberg, corroborados por imagens de satélite. Depois, navegou nas águas territoriais de Omã, antes de iniciar, no começo de outubro, uma travessia transatlântica rumo ao Caribe, partindo do cabo da Boa Esperança, ao largo da África do Sul.

Com 333 metros de comprimento, o Skipper foi sancionado pelo Tesouro americano em 2022 por supostos vínculos com o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica iraniana e o Hezbollah.

A ministra americana da Justiça, Pam Bondi, publicou no X um vídeo mostrando soldados armados desembarcando no convés do navio a partir de um helicóptero. A operação foi conduzida pelo FBI com apoio do Departamento de Defesa. "Há vários anos, este petroleiro é sancionado pelos Estados Unidos devido à sua implicação em uma rede ilícita de expedição de petróleo que apoia organizações terroristas estrangeiras", declarou.

Apoio de Putin

O presidente russo, Vladimir Putin, ofereceu seu apoio ao presidente venezuelano em uma conversa telefônica nesta quinta-feira (11). Ele 'expressou sua solidariedade com o povo venezuelano e confirmou seu apoio à política do governo de Nicolás Maduro em um contexto de pressões externas crescentes', escreveu o Kremlin em um comunicado sobre a ligação, sem mencionar diretamente os Estados Unidos.

Segundo o jornal The Washington Post, o navio estava a caminho de Cuba para entregar petróleo. O país também condenou nesta quinta-feira a apreensão do petroleiro pelas forças americanas.

"Condenamos o ataque contra um petroleiro venezuelano por forças militares dos Estados Unidos, um ato de pirataria que revela uma escalada da agressão ianque contra a Revolução Bolivariana", declarou no X o primeiro-ministro cubano, Manuel Marrero. "Reafirmamos nosso apoio absoluto à pátria de Bolívar e de Chávez", acrescentou, citando Simón Bolívar (1783-1830), herói da independência de países latino-americanos, e Hugo Chávez (1999-2013), ex-presidente da Venezuela aliado de Havana.

O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela denunciou "um roubo descarado e um ato de pirataria internacional, anunciado publicamente pelo presidente dos Estados Unidos".

"São assassinos, ladrões, piratas. Como se chama aquele filme, Piratas do Caribe? Pois bem, Jack Sparrow é um herói, esses são criminosos dos mares, flibusteiros, sempre agiram assim", afirmou Diosdado Cabello, ministro do Interior venezuelano, em seu programa semanal na TV. Durante um comício em Caracas, Nicolás Maduro exigiu o fim do "intervencionismo ilegal e brutal do governo americano na Venezuela e na América Latina".

Embargo

Nas últimas semanas, Washington realizou vários ataques contra embarcações acusadas de transportar entorpecentes, especialmente no mar do Caribe. Os EUA bombardearam cerca de 20 embarcações. Os ataques deixaram 87 mortos.

Caracas considera que a operação visa expulsar Maduro do poder e se apoderar das reservas de petróleo do país, submetido desde 2019 a um embargo, que foi flexibilizado em 2023 com licenças para operar no país. Mas Trump reverteu a decisão após sua eleição

O país é então obrigado a escoar sua produção no mercado paralelo a preços muito mais baixos, principalmente para a China. A apreensão de um petroleiro pode pesar sobre essas exportações e dissuadir compradores potenciais. A Venezuela fornece 1,1 milhão de barris por dia de petróleo bruto, segundo analistas.

O governo americano multiplica medidas econômicas e militares para aumentar a pressão sobre Maduro. Trump afirmou recentemente que os dias do líder estavam "contados" em entrevista ao site Político.

Com agências

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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