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América Latina

Maduro anuncia mobilização de 4,5 milhões de milicianos diante de 'ameaças' dos EUA

Ação ocorre em meio ao aumento da tensão diplomática e militar entre Caracas e Washington, após ofensiva antidrogas americana no Caribe

19 ago 2025 - 08h49
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Maduro anuncia mobilização de 4,5 milhões de milicianos diante de 'ameaças' dos EUA
Maduro anuncia mobilização de 4,5 milhões de milicianos diante de 'ameaças' dos EUA
Foto: Pedro Rances Mattey/Anadolu via Getty Images

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira, 18, a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em resposta ao que chamou de "ameaças" dos Estados Unidos, que aumentaram a recompensa por informações que levem à captura do líder venezuelano e lançaram uma operação antidrogas com militares no Caribe.

"Vou ativar nesta semana um plano especial para garantir a cobertura, com mais de 4,5 milhões de milicianos, de todo o território nacional, milícias preparadas, ativadas e armadas", anunciou Maduro em ato transmitido pela TV, ao ordenar "tarefas perante a renovação das ameaças" dos Estados Unidos contra a Venezuela.

Composta por aproximadamente 5 milhões de reservistas, segundo dados oficiais, a Milícia foi criada pelo ditador Hugo Chávez, morto em 2013, e tornou-se posteriormente um dos cinco componentes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).

Maduro agradeceu pelas manifestações de apoio diante do que chamou de "repetição podre" de ameaças. "Os primeiros a manifestar solidariedade e apoio a este presidente trabalhador que aqui está foram os militares desta pátria", destacou o líder venezuelano, que pediu às bases políticas do seu governo que avancem na formação das milícias camponesas e operárias "em todas as fábricas".

"Fuzis e mísseis para a força camponesa! Para defender o território, a soberania e a paz da Venezuela", proclamou Maduro. "Mísseis e fuzis para a classe operária, para que defenda a nossa pátria!".

Recompensa por Maduro

No início do mês, o governo de Donald Trump anunciou que dobrou de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões (R$ 273,1 milhões) a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro. Washington acusa o líder chavista de atuar como um dos principais narcotraficantes do mundo e de representar uma ameaça à segurança dos Estados Unidos.

O anúncio foi feito pela secretária de Justiça, Pam Bondi, que publicou um vídeo na rede social X reiterando as acusações contra Maduro. Segundo ela, o ditador utiliza organizações criminosas internacionais, incluindo a facção venezuelana Tren de Aragua e o cartel mexicano de Sinaloa, para introduzir drogas e fomentar a violência nos EUA.

Segundo a procuradora, a agência antidrogas americana (DEA, na sigla em inglês) já confiscou 30 toneladas de cocaína relacionadas a Maduro e seus aliados. O Departamento de Justiça também teria apreendido mais de US$ 700 milhões (R$ 3,8 bilhões) em ativos vinculados a ele, incluindo dois jatos privados, nove veículos e outros bens.

"Sob a liderança do presidente Trump, Maduro não escapará da Justiça e responderá por seus crimes atrozes", afirmou Bondi, ao justificar o aumento da recompensa.

A relação entre as duas nações está rompida desde o primeiro mandato de Trump (2017-2021). Em 2020, Washington acusou formalmente Maduro de narcoterrorismo e de conspiração para o tráfico de drogas, oferecendo inicialmente US$ 15 milhões por informações que levassem à sua captura.

O histórico da hostilidade de Trump contra Maduro remonta a 2019, quando o republicano reconheceu Juan Guaidó como presidente interino e impôs sanções severas, incluindo um embargo ao petróleo venezuelano. A estratégia, no entanto, fracassou em derrubar o chavista, e a própria oposição encerrou o governo simbólico de Guaidó em 2023.

Apesar da retórica dura, Washington manteve canais de negociação com Caracas para tratar de interesses específicos, incluindo a libertação de cidadãos americanos presos na Venezuela. Em julho, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciou a soltura de dez detidos em um acordo intermediado com a ajuda de El Salvador, mesmo após a gangue Tren de Aragua ter sido classificada pelo governo americano de "organização terrorista global". /AFP

Estadão
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