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América Latina

Furacão Melissa atinge Cuba e força mais de 700 mil pessoas a abandonarem suas casas

O poderoso furacão atingiu o leste de Cuba nesta quarta-feira (29), depois de ter provocado mortes e estragos na Jamaica, declarada "zona de desastre" pelas autoridades. Com ventos máximos de 195 km/h, Melissa perdeu força e foi rebaixada para a categoria 3 ao chegar à ilha, mas ainda é considerada "extremamente perigosa" pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês).

29 out 2025 - 08h33
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O poderoso furacão atingiu o leste de Cuba nesta quarta-feira (29), depois de ter provocado mortes e estragos na Jamaica, declarada "zona de desastre" pelas autoridades. Com ventos máximos de 195 km/h, Melissa perdeu força e foi rebaixada para a categoria 3 ao chegar à ilha, mas ainda é considerada "extremamente perigosa" pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês).

Melissa tocou o solo na província de Santiago de Cuba, perto da localidade de Chivirico, no leste da ilha do Caribe, às 4h10 pelo horário de Brasília, informou o NHC. A tempestade perdeu força ao atingir a ilha, mas ainda oscila entre as categorias 3 e 5 — a mais alta na escala Saffir-Simpson.

Nesta quarta-feira, ventos superiores a 200 km/h foram registrados, e Melissa "deve permanecer um furacão poderoso enquanto se desloca por Cuba, pelas Bahamas e pelas Bermudas", indicou o NHC.

Milhares de pessoas tiveram de abandonar suas casas preventivamente. As autoridades cubanas informaram que 735 mil pessoas foram evacuadas, especialmente nas províncias de Santiago de Cuba, Holguín e Guantánamo. Na localidade de El Cobre, na região da cidade de Santiago de Cuba, a defesa civil tentava resgatar 17 pessoas bloqueadas pela cheia de um rio e por um deslizamento de terra, segundo o jornal estatal Granma.

Floraina Duany, moradora da região, de 82 anos, reza à Virgem do Cobre, a padroeira de Cuba, para que Melissa "não faça muitos estragos".

As autoridades locais declararam "estado de alerta" em seis províncias do leste, onde os moradores vinham armazenando alimentos, velas e pilhas desde segunda-feira (27). As aulas e atividades não essenciais foram suspensas. A previsão era de até um metro de chuva acumulada, com inundações repentinas.

Furacão mais intenso de 2025

O ciclone já provocou dez mortes: três na Jamaica, três no Haiti, três no Panamá e uma na República Dominicana.

Melissa atingiu a Jamaica na terça-feira como furacão de categoria 5 (a máxima da escala), com ventos de até 295 km/h. Foi a tempestade tropical mais intensa já registrada na ilha e, segundo análise da AFP com base em dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), a mais forte no mundo em 2025.

O furacão levou horas para atravessar a Jamaica, o que reduziu seus ventos para a categoria 3, antes de uma nova intensificação.

Segundo Desmond McKenzie, ministro das Comunidades Locais, "mais de 530 mil jamaicanos estão sem eletricidade. Equipes estão trabalhando para restabelecer o serviço, dando prioridade a hospitais, estações de bombeamento e de tratamento de água".

Saint Elizabeth, paróquia no sudoeste da ilha com 150 mil habitantes e considerada o "celeiro" da Jamaica, foi submersa. Os danos são "consideráveis, toda a Jamaica sofreu os efeitos devastadores de Melissa", acrescentou o ministro.

Vários hospitais foram danificados. Em Saint Catherine, no centro do país, o rio Cobre transbordou e os ventos fortes arrancaram telhados e cercas.

"Zona de desastre"

O primeiro-ministro jamaicano, Andrew Holness, declarou a ilha uma "zona de desastre". As autoridades afirmaram que os moradores devem permanecer protegidos devido ao risco contínuo de inundações e deslizamentos de terra. Há também o alerta para o risco de crocodilos, que poderiam ser trazidos pelas águas e representar uma ameaça.

"Parte de nosso teto foi arrancado pelo vento, outra parte desabou, toda a casa está inundada. As edificações externas, como os currais para os animais e a cozinha, também foram destruídas", declarou à AFP Lisa Sangster, moradora do sudoeste da Jamaica.

Kingston, a capital, foi relativamente pouco afetada. Mathue Tapper, de 31 anos, disse ter "a impressão de que o pior já passou" na cidade, mas permanece muito preocupado com as zonas rurais.

A Organização Meteorológica Mundial havia antecipado "a tempestade do século" na Jamaica. A ONU anunciou na terça-feira a intenção de enviar por avião cerca de 2 mil kits de emergência à Jamaica a partir de Barbados o mais breve possível.

No Haiti, as autoridades ordenaram o fechamento de escolas, comércios e escritórios administrativos nesta quarta-feira.

Aquecimento global

É preciso voltar ao tufão Mawar (2023) para encontrar uma tempestade tão intensa em termos de velocidade dos ventos (298 km/h) e pressão (892 milibares).

Os cientistas afirmam que as mudanças climáticas intensificaram a potência e a ocorrência de furacões. O meteorologista Kerry Emanuel explicou que o aquecimento global está fazendo com que mais tempestades se intensifiquem rapidamente, como ocorreu com Melissa, o que aumenta o risco de chuvas extremas.

A potência de Melissa superou a de alguns furacões, como o Katrina, que devastou a cidade de Nova Orleans em 2005.

(RFI com AFP)

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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