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América Latina

Crise diplomática: Colômbia denuncia ameaça de invasão dos EUA e chama embaixador de volta

A Colômbia denunciou nesta segunda-feira (20) uma "ameaça de invasão" por parte dos Estados Unidos e chamou de volta seu embaixador em Washington para consultas. A medida veio após Donald Trump afirmar que poderia intervir militarmente caso Bogotá não interrompesse "imediatamente" a produção de drogas.

20 out 2025 - 14h12
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A Colômbia denunciou nesta segunda-feira (20) uma "ameaça de invasão" por parte dos Estados Unidos e chamou de volta seu embaixador em Washington para consultas. A medida veio após Donald Trump afirmar que poderia intervir militarmente caso Bogotá não interrompesse "imediatamente" a produção de drogas.

O presidente norte-americano também anunciou a suspensão de parte da ajuda financeira destinada à Colômbia, sem especificar quais programas seriam afetados.

As relações entre os dois países, historicamente próximas, se deterioraram desde a chegada de Trump à Casa Branca e, mais recentemente, com a eleição do presidente colombiano Gustavo Petro, primeiro líder de esquerda do país.

Em setembro, Washington retirou da Colômbia o status de parceiro prioritário na luta antidrogas. Em resposta, Bogotá suspendeu a compra de armas dos EUA, seu principal fornecedor militar.

No domingo, Trump acusou Petro de ser um "barão da droga" que incentiva a produção em larga escala de entorpecentes. "Petro, um líder impopular, deveria fechar esses campos da morte imediatamente, ou os Estados Unidos o farão por ele — e não será de forma gentil", escreveu o ex-presidente em sua rede Truth Social.

Em entrevista à Blu Radio, o ministro colombiano do Interior, Armando Benedetti, afirmou que o país enfrenta uma "ameaça real de invasão ou ação militar terrestre". Ele sugeriu que os EUA poderiam recorrer à pulverização de pesticidas como o glifosato, o que também violaria a soberania colombiana.

Colômbia reage e denuncia ameaça à soberania

Trump ainda ameaçou impor novas tarifas sobre produtos colombianos, já taxados em 10%. Petro respondeu propondo a eliminação dessas tarifas para produtos agrícolas e agroindustriais, como forma de fortalecer a produção legal.

O presidente colombiano acusou os conselheiros de Trump de manipulá-lo e afirmou que a política antidrogas dos EUA causou "um milhão de mortes na América Latina", servindo como pretexto para controlar a região e garantir acesso ao petróleo venezuelano.

A tensão aumentou após os EUA confirmarem um ataque, em 17 de outubro, contra um barco ligado à guerrilha do ELN, suspeito de transportar drogas. A ação, que matou três pessoas, faz parte de uma operação militar ampliada no Caribe, com navios de guerra posicionados perto da costa venezuelana desde agosto. Ao menos sete embarcações foram atingidas, com cerca de 30 mortos — o que levanta dúvidas sobre a legalidade dessas ações.

Segundo dados norte-americanos, a Colômbia recebeu mais de US$ 740 milhões em ajuda dos EUA em 2023, metade destinada ao combate às drogas. O restante financia programas humanitários e alimentares.

A Colômbia é o maior produtor mundial de cocaína, com um recorde de 2.600 toneladas em 2023 — um aumento de 53% em relação ao ano anterior, segundo a ONU. Petro contesta os números e aposta em políticas sociais e negociações com grupos armados, até agora sem sucesso.

Com AFP

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