Após acordo sobre terras raras e estudantes chineses, Trump diz que relação com Pequim é "excelente"
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descreveu nesta quarta-feira (11) seu relacionamento com a China como "excelente" após o acordo alcançado depois de dois dias de negociações em Londres para preservar uma trégua comercial.
Em sua plataforma Truth Social, o presidente republicano afirmou que a China fornecerá metais de terras raras e ímãs, e que Washington permitirá que estudantes chineses continuem frequentando universidades americanas. Horas antes, os principais negociadores americanos e chineses anunciaram um "acordo preliminar" após dois dias de negociações difíceis e intensas em Londres. "Nosso acordo com a China está feito", embora "sujeito à aprovação final do presidente Xi (Jinping) e minha", escreveu Trump. "O presidente Xi e eu trabalharemos em estreita colaboração para abrir a China para o comércio americano", declarou em outra mensagem. "Isso seria uma grande vitória para ambos os países!". Os mercados de ações reagiram com pouco entusiasmo: o S&P 500 e o Dow Jones ficaram estagnados, e o Nasdaq subiu ligeiramente nas negociações da manhã. Vistos para estudantes Ambas as partes concordaram em reduzir suas tarifas de três dígitos em maio, durante as negociações em Genebra, mas o consenso ruiu após Trump acusar a China de violar o acordo. Washington estava preocupado com a queda no fornecimento de terras raras depois que Pequim começou a exigir que seus exportadores solicitassem licenças no início de abril, visto como uma resposta às tarifas americanas. Terras raras são usadas em uma variedade de produtos, desde veículos elétricos a discos rígidos, turbinas eólicas e mísseis. Washington irritou Pequim ao ameaçar revogar vistos para estudantes chineses, uma importante fonte de receita para universidades americanas. Nesta quarta-feira, Trump declarou: "Forneceremos à China o que foi acordado, incluindo o acesso de estudantes chineses às nossas universidades". O presidente americano também indicou que, segundo o acordo, os Estados Unidos aplicarão tarifas de 55% sobre produtos chineses, uma combinação de suas taxas adicionais de 30% e a média aproximada das tarifas pré-existentes, disse um funcionário da Casa Branca. Ele acrescentou que Pequim deve cobrar taxas de 10% sobre os produtos americanos. Reequilibrar a relação Essas taxas são semelhantes às adotadas em Genebra, onde Washington concordou em reduzir as tarifas sobre produtos chineses de 145% para 30%, em troca de uma medida semelhante de Pequim, que as reduziu de 125% para 10%. O vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, que liderou a equipe de Pequim em Londres, enfatizou a necessidade de ambos os lados fortalecerem a cooperação. "Como próximo passo, ambos os lados devem continuar fortalecendo o consenso, reduzir mal-entendidos e reforçar a cooperação", disse He Lifeng, segundo a emissora estatal CCTV. Em declarações a repórteres em Londres, o representante de Comércio Internacional da China, Li Chenggang, resumiu as negociações na capital britânica: "Nossa comunicação tem sido muito profissional, racional, profunda e sincera". Nesta quarta-feira, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, considerou possível reequilibrar as relações econômicas com a China. "Se a China corrigir o curso cumprindo sua parte do acordo comercial inicial que delineamos em Genebra - e acredito que o fará depois de nossas conversas em Londres - então um reequilíbrio das duas maiores economias do mundo será possível", disse Bessent aos membros da Câmara dos Representantes. (com AFP)