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Mundo

Alemanha suspende acordo de extradição com Hong Kong

País europeu é o 6º no mundo a tomar medida punitiva

31 jul 2020 - 14h07
(atualizado às 14h19)
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A Alemanha anunciou a suspensão do acordo de extradição de suspeitos e de foragidos com Hong Kong nesta sexta-feira (31) como forma de retaliar a China por conta do impedimento de candidatura de 12 políticos pró-democracia e do adiamento das eleições locais.

"Perante aos atuais desenvolvimentos, nós decidimos suspender o acordo de extradição com Hong Kong", informou o ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas, em comunicado oficial.

Com isso, os alemães são o sexto governo no mundo a adotar a medida - após Estados Unidos, Canadá, Austrália, Reino Unido e Nova Zelândia.

No entanto, diferentemente dos países da aliança de Inteligência "Five Eyes", a suspensão foi anunciada pela decisão tomada nesta quinta-feira (30) pelo governo de Hong Kong de impedir candidatos que são vistos como "opositores chineses" de disputar as eleições no país e do posterior adiamento em um ano do pleito.

As demais nações haviam suspendido o tratado - em medida que foi retaliada pela China contra Nova Zelândia, Canadá e Austrália - por conta da implementação da lei de segurança nacional, no dia 30 de junho, que adicionou sete novos artigos na chamada Lei Básica, a miniconstituição do território.

O comunicado ressalta que essas duas ações "são novas censuras nos direitos dos cidadãos de Hong Kong" e segue com a "prisão de três ativistas por meio do novo Departamento de Segurança Nacional, que nos preocupa muito".

"Nós expressamos repetidamente e de maneira clara sobre as nossas expectativas de que a China respeite as obrigações previstas no direito internacional. Isso inclui a garantia das liberdades e dos direitos garantidos na Lei Básica. E isso inclui, em particular, o direito a eleições livres e igualitárias. O povo de Hong Kong tem esse direito", informa ainda Maas.

As polêmicas envolvendo o território vem aumentando nos últimos meses por conta da repressão dos protestos e da aprovação da polêmica lei. Os países ocidentais acusam Pequim de acabar com o acordo de "um país, dois sistemas" que sempre deu um status especial para o território semiautônomo e de cercear as liberdades da população.

A nova lei de segurança tem pontos que aumentam as penas e endurecem o que é considerado crime de secessão e subversão, além de terrorismo. Além disso, instalou duas agências - de Segurança e de Inteligência - que não se submetem ao governo local e se reportam diretamente para Pequim. .

Ansa - Brasil   
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