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Ministro espanhol defende ação policial na Catalunha

15 nov 2017 - 15h32
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Em entrevista exclusiva ao talk show político "Conflict Zone" da DW, ministro do Exterior espanhol, Alfonso Dastis, admite que Madri subestimou os separatistas catalães e que eles desrespeitaram a democracia.O ministro das Relações Exteriores da Espanha, Alfonso Dastis, participou do programa Conflict Zone da DW para falar sobre a crise política na Catalunha e defendeu a ação da polícia espanhola, acusada de usar de força excessiva contra separatistas catalães.

Dastis alegou ao jornalista Tim Sebastian - entrevistador e moderador do Conflict Zone - que o Estado espanhol ofereceu um diálogo aberto com a Catalunha até o fim. "Vamos proteger os direitos daqueles que vivem na Catalunha para que permaneçam catalães, espanhóis e europeus", disse.

O ministro também aproveitou para defender a ação policial, criticada por ter abusado da violência durante protestos de separatistas catalães. "Pode ter havido casos de força, mas não se tratou de força excessiva e não foi uma força deliberada, foi uma reação a provocações de pessoas que a impediram [a polícia] de cumprir o mandato que receberam dos tribunais", afirmou Dastis.

Ele disse que os incidentes não são comparáveis ao "Domingo Sangrento da Irlanda do Norte ou a qualquer coisa desse tipo" - em 1972, houve um confronto entre manifestantes católicos, protestantes e o Exército inglês, em Derry, com 14 mortos. Dastis negou que o governo espanhol estivesse detendo informações sobre as investigações. "As coisas estão sendo analisadas e investigadas. Não acredito que haja nenhuma ocultação."

O ministro sublinhou que a Espanha possui um histórico muito positivo em relação ao respeito aos direitos humanos de sua população. "Estamos prontos para sermos escrutinados e há outros países que não aceitam [ser escrutinados]."

No entanto, Dastis admitiu que o governo Mariano Rajoy "pode ter sido um pouco ingênuo" em relação à questão diplomática com a Catalunha. "Não pensamos que essas pessoas fossem chegar tão longe a ponto de provocar a situação de divisão e fragmentação. Mas isso é simplesmente a responsabilidade deles", afirmou.

"Nós os acusamos de ações, que foram julgadas por todos e por qualquer pessoa sensata, de flagrante desrespeito às leis da democracia", disse Dastis. "O que você pode esperar de pessoas que simplesmente eliminaram as regras do Parlamento e a opinião dos serviços públicos?"

"Os chamados direitos de autodeterminação das pessoas não existem no contexto de Estados que se comportam sem discriminar pessoas", afirmou o ministro. "Há direitos que não existem, no entanto, há quem afirme que eles existem."

Em relação ao ex-líder catalão Carles Puigdemont, o ministro das Relações Exteriores da Espanha disse que ele "simplesmente pensa que ele está certo e que todos os outros estão errados": "Acredito honestamente que a verdade é o contrário." Dastis acrescentou que Puigdemont "não tomou conhecimento das necessidades dos catalães".

Questionado sobre as próximas eleições de dezembro na Catalunha, Dastis disse: "Mostramos que queremos que a democracia vença na Catalunha e que deixamos o povo catalão votar. Veremos o que acontece".

Os jornalistas Tim Sebastian e Michel Friedman se revezam na apresentação do programa de entrevistas da DW Conflict Zone com figuras importantes do cenário político da Alemanha e do mundo. O talk show é transmitido todas as quartas-feiras e todas as edições estão disponíveis na página em inglês da DW.

PV/dw

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