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Júri popular de ex-marido de mulher acusada de matar a própria filha começa nesta quarta

O crime que terminou com a morte da filha da mulher teria como motivação a guarda do neto dela

13 mai 2024 - 18h21
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O ex-marido de Tânia Djanira Melo Becker de Lorena, preso em 2023, irá a julgamento pelo Tribunal do Júri de Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, nesta quarta-feira (15). Ele é suspeito de ser coautor do crime que terminou com a morte da filha da própria mulher e que teria como motivação a guarda do neto dela.

Ela estava foragida há 17 anos e foi presa pela Polícia Militar neste sábado (11) em Marilândia do Sul, no norte do Paraná, a cerca de 370 km de Quatro Barras, onde o crime aconteceu.

Andréa, morta aos 23 anos, e o filho Lucas –
Andréa, morta aos 23 anos, e o filho Lucas –
Foto: Reprodução/TV Globo / Banda B

Como os denunciados estavam foragidos, o processo ficou suspenso, conforme determina o Código de Processo Penal (artigo 366). Desde aquela época, o Ministério Público do Paraná (MPPR) requereu a prisão preventiva de ambos. No ano passado, o homem foi preso em Apucarana, estando detido até hoje.

As ações penais contra os dois foram desmembradas, de modo que cada um dos réus responde a uma ação específica - o processo referente ao denunciado prosseguiu, e ele será julgado em Campina Grande do Sul, comarca que então abrangia também o município de Quatro Barras, local em que ocorreu o crime.

Com a prisão, o processo criminal contra a mulher terá prosseguimento. O MP requisitará o andamento da instrução processual, para posterior manifestação de pronúncia do MP, a fim de que a acusada também seja levada a Júri Popular. O MPPR pedirá o aproveitamento das provas já produzidas na ação penal contra o ex-marido da ré.

Entenda o caso

Tânia teria matado a filha, Andréa Rosa de Lorena, de 23 anos, estrangulada com um fio, em fevereiro de 2007. O corpo dela foi encontrado pelo próprio marido embaixo de uma cama, no bairro Jardim Menino Deus. À época, Tânia tinha 41 anos e queria ficar com a guarda do neto, um menino de 5 anos.

Procurada pela Banda B, a Polícia Militar afirmou que chegou até a foragida após uma denúncia anônima. Quando chegaram ao endereço, conseguiram encontrar e identificar Tânia, que não resistiu à prisão. Ela estaria trabalhando como faxineira e usava um nome falso: Lourdes. Ela foi levada para uma unidade prisional de Londrina.

Tânia, de 59 anos, é acusada de matar a própria filha, Andréa, para ficar com a guarda do neto, de 5 –
Tânia, de 59 anos, é acusada de matar a própria filha, Andréa, para ficar com a guarda do neto, de 5 –
Foto: Polícia Militar do Paraná / Banda B

A prisão da mulher acontece dias após o programa Linha Direta (Globo) expor o caso. O filho de Andréa, hoje com 22 anos, revelou que teve contato com a avó recentemente. Em conversa com a roteirista do Linha Direta, Nancy Dutra, o jovem afirmou que Tânia mandou mensagens a ele afirmando que o "queria de volta".

"Ainda tenho raiva. Não tem como pensar em voltar. Respondi só uma vez. Depois, nunca mais", diz Lucas, sobre a morte da mãe. Durante a conversa, ele também revelou ter pedido a avó que se entregasse para a polícia.

Quando o crime aconteceu, Lucas morava com a mãe, a avó e a irmã, que tinha 9 meses na época. Lorena Saldanha tem, atualmente, 18 anos e também conversou com a produção do Linha Direta. "Eu não tinha a imagem da minha mãe. Foi como se eu amasse alguém sem conhecer. […] Olhando para a própria imagem [foto da mãe], eu conseguia falar 'eu te amo'", lamentou.

Tânia foi denunciada por homicídio triplamente qualificado.

Banda B
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