Irã promete 'consequências irreparáveis' se EUA atacarem
O aiatolá Ali Khamenei, líder máximo do Irã, declarou nesta quarta-feira (18), que qualquer investida militar direta dos Estados Unidos contra seu país provocará "consequências sérias e irreparáveis" ao governo e ao povo americanos. Ele reafirmou que o Irã jamais se renderá.
Falando à emissora estatal, o líder iraniano reagiu às recentes declarações do presidente Donald Trump, que exigiu uma "rendição incondicional" do Irã no contexto do conflito com Israel. Khamenei disse que "aqueles que conhecem a história do Irã sabem que os iranianos não respondem bem à linguagem da ameaça".
O presidente dos Estados Unidos retomou sua postura agressiva depois de deixar o encontro do G7 antecipadamente na segunda-feira. Ele afirmou que "já tinha o controle do céu do Irã", expressão tuitada após declarar que "nós" - possivelmente referindo-se a aliados como Israel - estão prontos para agir. Especialistas alertam que qualquer ataque direto em território iraniano acarretaria repercussões globais. O Irã, por sua vez, ameaçou atingir bases americanas no Oriente Médio caso sofra agressão.
Impacto da escalada EUA-Irã
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, afirmou hoje que a participação dos EUA no conflito poderia desencadear uma "guerra total" na região. Para ele, tal intervenção seria "extremamente imprudente, extremamente irresponsável". Apesar disso, Baghaei disse que o país ainda está aberto a negociações.
Desde sexta-feira, 13 de junho, Irã e Israel já somam mais de 240 mortos e milhares de feridos em retaliações mútuas, com mais de seis dias de confrontos aéreos entre os países. Os números oficiais indicam 224 vítimas no Irã e 24 em Israel, embora entidades independentes considerem esses dados subestimados.
O Exército israelense divulgou ter abatido na terça-feira (17) o comandante iraniano Ali Shadmani em bombardeio noturno. Ainda ontem, o presidente Trump publicou no Truth Social que "sabemos exatamente onde o chamado 'Líder Supremo' está se escondendo" e advertiu que "Não vamos eliminá-lo (matar!), pelo menos por enquanto... Nossa paciência está se esgotando." Ele completou, três minutos depois, com "Rendição incondicional!".
Conforme fontes da Casa Branca, Trump manteve conversa telefônica com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no mesmo dia em que fez as publicações e voltou antecipadamente da reunião do G7 para tratar de "assuntos muito importantes". Os EUA reforçaram sua presença militar no Oriente Médio, enviando mais caças e prolongando missões de aviões de guerra, segundo três autoridades dos EUA. Até o momento, as ações americanas têm sido de caráter defensivo, incluindo suporte para derrubar mísseis lançados contra Israel.
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