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Aluno de escola pública do ES é aceito no MIT; lista tem 4 brasileiros

15 mar 2013 - 18h02
(atualizado às 18h58)
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Gabriel Guimarães fez o ensino médio da escola técnica do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes)
Gabriel Guimarães fez o ensino médio da escola técnica do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes)
Foto: Divulgação

Pelo menos quatro estudantes brasileiros foram aprovados na última seleção para estudar no Massachusetts Institute of Technology (MIT), considerada uma das melhores universidades do mundo. O resultado da seleção foi divulgado na última quinta-feira pela instituição americana. 

Entre os "bixos" está Gabriel Guimarães, aluno de uma escola pública de Vitória (ES) que até pouco tempo achava impossível estudar numa universidade americana. O jovem que acabou de completar 19 anos fez todo o ensino médio na escola técnica do Instituto Federal de Educação do Espírito Santo (Ifes) e sempre foi apaixonado pelos números e pelos computadores. 

"Eu tinha uns 14 anos quando um colega de aula me disse: 'tu é muito inteligente, sai daqui e vai para Harvard'. Aí eu pensei que não seria má ideia", disse Gabriel, que além do MIT foi aprovado em Harvard e Yale. A partir daquele dia, o garoto decidiu se esforçar nos estudos de inglês. Ele combinou com a irmã mais nova, hoje com 16 anos, que só conversariam no idioma. "Nunca fiz cursinho de inglês, sempre gostei muito de ler e aprendi assim. Algumas pessoas acharam que era loucura eu sonhar com isso (estudar nos EUA), até parentes e professores, mas eu consegui", conta orgulhoso ao afirmar que é o primeiro estudante do Espírito Santo a conseguir a façanha.

Gabriel acredita que o aprendizado no Ifes ajudou muito a conquistar uma vaga nas universidades americanas. "É uma escola pública, mas o padrão é muito alto. Para conseguir a vaga do ensino médio, eram 75 candidatos por vaga, mais disputado que o vestibular da federal do Espírito Santo", diz o garoto.

Logo que ingressou no Ifes, Gabriel perguntou ao professores do curso de engenharia se poderia fazer aulas de cálculo junto com os estudantes do nível universitário. "Eles acharam muito estranho, mas aceitaram", conta. Passados alguns meses, o garoto de 14 anos passou a ser monitor, dando aulas de reforço para alunos dos primeiros semestres de engenharia. "Era até engraçado porque eu tinha 14 e eles mais de 20 (anos)", afirma o jovem, que chegou a traduzir um curso online de programação oferecido por Harvard (veja o site criado por ele).

Para conseguir a vaga no MIT, Gabriel afirma que o desempenho ao longo do ensino médio foi muito importante, assim como participar de olimpíadas científicas, como as de robótica. É que nas instituições americanas, não é levado em conta apenas a nota de uma prova (como a dos vestibulares no Brasil), o currículo acadêmico e atividades extraclasse também são decisivos.

Renato Ferreira está entre os brasileiros aprovados para estudar no MIT
Renato Ferreira está entre os brasileiros aprovados para estudar no MIT
Foto: Divulgação

Pois foi justamente as olimpíadas que despertaram o interesse de Renato Ferreira, 18 anos, em estudar nos Estados Unidos. Na lista de aprovados no MIT, ele ainda aguarda o resultado da seleção para Harvard. "Descobri que poderia ir para os Estados Unidos depois que comecei a participar das olimpíadas científicas no colégio. Fiquei interessado porque lá tem muito investimento em pesquisa, tem muitos bons alunos também", afirma o garoto, que terminou o ensino médio no ano passado, no colégio Objetivo, de São Paulo.

Antes de embarcar para os Estados Unidos, em setembro, ele ainda vai concluir o primeiro semestre de engenharia de computação na Universidade de São Paulo (USP). "Eu gostei da USP, tem vários colegas do colégio que estudam lá, mas a diferença é que no MIT tem muito mais investimento em pesquisa, em inovação", afirma.

Lara Timbó fez o ensino médio em Fortaleza (CE) e agora estuda no ITA
Lara Timbó fez o ensino médio em Fortaleza (CE) e agora estuda no ITA
Foto: Divulgação

Única garota da lista vai trocar o ITA pelo MIT

Lara Timbó, 17 anos, é a única menina na lista de brasileiros aprovados para estudar na universidade, considerada a melhor do mundo na área de engenharia. A jovem de Fortaleza está acostumada a conviver praticamente só com garotos, já que há dois meses estuda no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos, onde as mulheres ainda são minoria.

Filha de médicos, Lara sempre gostou dos números. Participou de olimpíadas de matemática e de física na escola particular em que estudava, conquistando medalhas até no exterior. Para realizar o sonho de estudar no exterior, ela vai ter que se acostumar com a distância do namorado, também aluno do ITA, e da família, mas diz que tudo isso vale a pena. "Depois de tudo o que passei para conseguir entrar no MIT, o processo de aplicação é bem extenso, eu vou superar as dificuldades de adaptação", afirma ao dizer que precisou escrever várias redações, em inglês, sobre a sua vida, o que gosta de fazer, os maiores desafios que enfrentou, para conseguir a vaga.

Ivan Tadeu também fez o ensino médio no colégio Objetivo, de São Paulo
Ivan Tadeu também fez o ensino médio no colégio Objetivo, de São Paulo
Foto: Divulgação

45 medalhas em olimpíadas

Outro brasileiro que hoje comemora a aprovação no MIT é Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho, 17 anos, que acumula 45 medalhas conquistadas em olimpíadas científicas. Ele já havia garantido vaga em Harvard e ainda não sabe em qual universidade vai estudar. "Em abril eles abrem a oportunidade de visitar as universidades para que a gente possa escolher em qual estudar, vou fazer isso e decidir depois", diz o jovem morador de Lins que fez todo o ensino médio no colégio Objetivo, em São Paulo.

Fonte: Terra
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