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Drones russos voam livremente sobre Moldávia e Romênia

29 nov 2025 - 16h10
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Países sofrem violações de espaço aéreo. Moldávia não tem condições de se defender, e presidente da Romênia minimiza os episódios, chamando-os de "acidentes".A queda de um drone russo na terça-feira passada (25/11) em uma fazenda no vilarejo romeno de Puiesti, a 50 quilômetros da fronteira com a Moldávia, chocou moradores.

Foto divulgada pela polícia moldava em 25 de novembro mostra um drone no telhado de uma casa no vilarejo de Cuhurestii de Jos
Foto divulgada pela polícia moldava em 25 de novembro mostra um drone no telhado de uma casa no vilarejo de Cuhurestii de Jos
Foto: DW / Deutsche Welle

O proprietário, horrorizado, relatou à mídia local que estava em casa com a família quando ouviu um estrondo muito alto. Ao sair para verificar o que havia ocorrido, viu um drone sobre uma árvore.

Também consternados, outros moradores disseram à imprensa romena temer uma guerra, e que por isso iriam "arrumar as malas e partir".

Quase ao mesmo tempo, na vizinha Moldávia, um drone russo caiu sobre o telhado de um prédio comercial na aldeia de Cuhurestii de Jos, a 15 quilômetros da fronteira com a Ucrânia, também assustando a população local. "A gente acorda de manhã sem saber o que esperar", disse uma idosa ao canal moldavo JurnalTV.

Nos dois países, o clima é de medo e perplexidade. Ambos sofreram as mais graves violações de espaço aéreo por parte da Rússia desde o início da guerra em larga escala contra a Ucrânia.

Durante um ataque russo supostamente mirando o território ucraniano, seis drones russos invadiram o espaço aéreo moldavo - incluindo o que caiu em Cuhurestii de Jos.

Na Romênia, o drone que caiu em Puiesti aparentemente permaneceu por várias horas no espaço aéreo nacional e fez uma grande volta sobre o leste do país. Moradores de várias regiões receberam alertas de drones pelo celular nesse período.

Rússia faz de propósito?

A Moldávia, que é praticamente indefesa do ponto de vista militar e não tem um sistema funcional de defesa aérea contra drones, não tinha como derrubá-los.

É diferente o caso da Romênia, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan): lá, quatro caças da aliança militar do Ocidente foram acionados. No entanto, eles aparentemente perderam o drone de vista várias vezes e hesitaram em abatê-lo.

Os dois drones que caíram aparentemente não estavam carregados com explosivos. Em ataques russos à Ucrânia, esses objetos geralmente servem para enganar a defesa aérea, mas também podem ser usados em missões de reconhecimento.

As trajetórias percorridas pelos equipamentos desta vez, porém, sugerem que a Rússia os direcionou deliberadamente para esses países. Eles teriam voado da Crimeia sobre o Mar Negro até o delta do rio Danúbio, e depois para o sul e centro da Moldávia e leste da Romênia.

No entanto, diferentemente do que fez a Polônia em setembro de 2025 após um episódio semelhante, as autoridades da Moldávia e da Romênia até agora não acusaram a Rússia de ter direcionado intencionalmente os drones para seus territórios.

Violações repetidas

Na Moldávia, desta vez, o embaixador russo foi convocado a dar explicações sobre o episódio ainda na terça-feira.

A Romênia até agora não reagiu, embora o embaixador russo em Bucareste já tenha sido chamado várias vezes ao Ministério das Relações Exteriores por violações semelhantes do espaço aéreo, a última delas em meados de novembro. Na ocasião, também lhe foram mostrados fragmentos de um drone russo que caiu em território romeno.

Nos últimos anos, a Rússia violou dezenas de vezes o espaço aéreo da Moldávia e da Romênia com drones e mísseis. Também houve explosões na Romênia em diversas ocasiões - a última em 4 de novembro, perto da tríplice fronteira com a Moldávia e a Ucrânia, a cerca de dez quilômetros da cidade de Galați, às margens do Danúbio.

Na semana passada, um drone russo incendiou um navio-tanque de gás liquefeito no porto ucraniano de Izmail, do outro lado do rio Danúbio, ameaçando provocar uma explosão de grandes proporções. A apenas 250 metros, os moradores do vilarejo de Plauru, na Romênia, tiveram de ser transferidos para um local seguro.

Guerra no cotidiano

Na Moldávia e na Romênia, a guerra russa contra a Ucrânia está se tornando cada vez mais presente no dia a dia.

Principalmente na Romênia, que é parte da Otan, observadores se perguntam o que mais precisa acontecer para que haja uma resposta firme do governo atual e das forças da aliança estacionadas em solo romeno. A maior base aérea da Otan no sudeste da Europa fica próxima à cidade portuária de Constança, no Mar Negro.

"É incompreensível", disse um apresentador do canal Digi24 ao comentar o episódio da terça-feira. "As leis para abater drones foram criadas, e as ordens, dadas. Os soldados tinham carta branca. E mesmo assim esse drone não foi abatido."

O ministro romeno da Defesa, Ionut Mosteanu, aliado da Ucrânia, justificou a postura em conversa com jornalistas, alegando que "não estamos em guerra". "Não podemos simplesmente atirar sem pensar nas consequências."

"Passeio para drones"

Em fevereiro, o Parlamento romeno aprovou uma lei que passou a autorizar o abate de drones no seu espaço aéreo. A lei entrou em vigor em maio, mas até agora nenhum drone russo foi derrubado.

Para o presidente Nicusor Dan, não parece ser um problema. "Todos esses drones que entram em nosso território de vez em quando são acidentes", desconversou, no dia seguinte à queda do drone, afirmando que incidentes assim acontecem em muitos lugares da Europa. "Portanto, trata-se de problemas técnicos", declarou a jornalistas em tom conciliador, sem detalhar quais problemas seriam esses.

Já o ex-presidente Traian Basescu, que durante seu mandato de 2004 a 2014 se destacou por declarações firmes contra a Rússia, vê a situação de forma diferente: "Um país que se respeita não permite que seu espaço aéreo se transforme em um passeio para drones russos", disse em entrevista ao canal Digi24.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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