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Banco Central passa a prever PIB zero em 2020

Nova estimativa decorre dos impactos da pandemia do novo coronavírus, que tem interrompido a atividade econômica ao redor do mundo

26 mar 2020 - 08h47
(atualizado às 08h57)
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O Banco Central (BC) derrubou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de expansão de 2,2% para zero. Ou seja, a autoridade monetária passou a prever estabilidade para a economia brasileira em 2020, sem alta nem queda - um PIB zero.

Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília
Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília
Foto: AGÊNCIA BRASIL / Estadão Conteúdo

A nova estimativa, que consta do relatório trimestral de inflação, divulgado nesta quinta-feira, 26, decorre dos impactos da pandemia do novo coronavírus, que tem interrompido a atividade econômica ao redor do mundo.

Com a nova previsão, o BC ainda ficou acima de algumas instituições financeiras que já esperam retração econômica neste ano.

Na semana passada, o Ministério da Economia estimou uma expansão de apenas 0,02% do PIB em 2020, ou seja, um cenário ainda de estabilidade, mas também informou que está sendo previsto cenário de recessão técnica em 2020 - que se caracteriza por dois trimestres seguidos de queda do PIB.

Em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1,1%. Foi o desempenho mais fraco em três anos, com o resultado afetado principalmente pela perda de ritmo do consumo das famílias e dos investimentos privados. Em 2017 e 2018 o crescimento foi de 1,3% em ambos os anos.

Juros básicos

O BC voltou a pregar cautela sobre as próximas decisões do nível da Selic, a taxa básica de juros. Quando a inflação está alta ou indica que ficará acima da meta, o Copom eleva a Selic. Dessa forma, os juros cobrados pelos bancos tendem a subir, encarecendo o crédito e freando o consumo, assim, reduzindo o dinheiro em circulação na economia. Com isso, a inflação tende a cair.

Na semana passada, o colegiado cortou a Selic em 0,50 ponto porcentual, de 4,25% para 3,75% ao ano. Foi a sexta redução consecutiva. No RTI, publicado nesta quinta-feira, a autarquia repetiu que, neste momento, vê como adequada a manutenção da taxa Selic em seu novo patamar.

"No entanto, o Comitê reconhece que se elevou a variância do seu balanço de riscos e novas informações sobre a conjuntura econômica serão essenciais para definir seus próximos passos", reafirmou o Copom.

Além disso, o BC enfatizou novamente que continuará fazendo uso de todo o seu arsenal de medidas de políticas monetária, cambial e de estabilidade financeira no enfrentamento da crise atual.

Estadão
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