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Comunidade internacional reage à suspensão de testes norte-coreanos

21 abr 2018 - 10h26
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Enquanto EUA, Coreia do Sul e China elogiam decisão de Kim de abrir mão de testes nucleares e de mísseis, Japão e Alemanha veem medida com cautela. Pyongyang não deixou claro se vai renunciar a seu arsenal nuclear.Após a Coreia do Norte anunciar a suspensão imediata de seus testes nucleares e de mísseis, uma série de líderes internacionais se manifestou neste sábado (21/04). Enquanto países como EUA, Coreia do Sul e China saudaram o anúncio, outros reagiram com cautela.

Kim afirmou que seu país não precisa mais realizar testes pois já completou seu programa de armamento nuclear
Kim afirmou que seu país não precisa mais realizar testes pois já completou seu programa de armamento nuclear
Foto: DW / Deutsche Welle

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, afirmou que seu país não precisa mais realizar testes nucleares ou de mísseis de médio e longo alcance e intercontinentais, pois já completou seu programa de armamento nuclear e deseja agora colocar a economia em foco.

O presidente americano, Donald Trump, saudou a decisão como "uma ótima notícia para a Coreia do Norte e para o mundo - um grande progresso". No Twitter, ele disse estar ansioso para um encontro bilateral com Kim, que deve ocorrer em maio ou junho.

Leia também: Opinião: O persistente problema norte-coreano

A Coreia do Sul também descreveu a medida de Pyongyang como um "progresso significativo" para a desnuclearização da península coreana.

"Vai criar um ambiente muito positivo para o sucesso das planejadas cúpulas entre Coreias e entre Pyongyang e os EUA", disse o governo em comunicado. O anúncio de Kim foi feito menos de uma semana antes de uma planejada cúpula entre Moon e Kim.

A China, o principal aliado da Coreia do Norte, também saudou a decisão anunciada por Kim. Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, o porta-voz do Ministério do Exterior, Lu Kang, disse que vai apoiar Pyongyang no diálogo e nas consultas com "partes relevantes" para resolver suas preocupações e melhorar as relações.

Lacunas geram ceticismo

O anúncio norte-coreano sobre as suspensões dos testes, no entanto, também gerou ceticismo por não sugerir que Pyongyang está disposta a abrir mão de seu arsenal nuclear. Também ficou em aberto se o governo comunista vai deixar de produzir ogivas nucleares e mísseis.

"Saudamos o anúncio da Coreia do Norte como um movimento de progresso, mas vamos continuar a observar se a medida poderia levar à eliminação verificável e irreversível dos arsenais nucleares e armas de destruição em massa", disse o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe.

O ministro da Defesa japonês, Itsunori Onodera, classificou o anúncio de Pyongynag de "insatisfatório" e "insuficiente".

O ministro do Exterior da Alemanha, Heiko Maas, afirmou que a decisão da Coreia do Norte é um passo na direção certa, mas que Pyngyang precisa revelar seu programa nuclear e de mísseis.

"Para entrar num processo político sério rumo à completa desnuclearização da Coreia do Norte, é necessário que Pyongyang siga passos específicos e mostre seu programa nuclear e de mísseis completo de maneira verificável", afirmou Maas. "Essa demanda está de acordo com as expectativas da comunidade internacional."

A ministra do exterior da Suécia, Margot Wallström, classificou de "boas notícias", mas disse ser preciso "manter a pressão elevada com o regime de sanções e todo o resto que estamos fazendo".

"Solução negociada" e "passos recíprocos"

Apesar das lacunas no anúncio, chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, reconheceu a suspensão dos testes como um "passo positivo e há muito esperado". O anúncio de Kim demonstra "respeito total a suas obrigações internacionais e a todas as resoluções relevantes do Conselho de Segurança da ONU", disse em comunicado.

Diante das próximas cúpulas de Kim com Moon e Trump, a diplomata disse que a UE espera que tais inciativas de alto nível possam continuar a construir confiança e trazer mais resultados concretos e positivos. "A UE vai continuar a trabalhar de todas as maneiras possíveis em apoio a uma solução negociada", disse.

O Reino Unido também saudou a decisão norte-coreana e disse esperar que isso indique um "esforço para negociar de boa fé".

A Rússia, por sua vez, saudou a decisão norte-coreana e pediu que os EUA e a Coreia do Sul adotem "passos recíprocos".

"Consideramos a decisão um importante passo em direção a uma futura diminuição das tensões na península coreana", disse o Ministério do Exterior russo em comunicado. "Pedimos que os EUA e a Coreia do Sul adotem passos recíprocos adequados no sentido de reduzir a atividade militar na região e alcançar acordos mutualmente aceitáveis com a Coreia do Norte nas próximas cúpulas entre Coreias e entre e EUA e Coreia do Norte", afirma a nota.

LPF/rtr/afp/dpa/ap

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