MT: mãe e filho suspeitos de matar idosos se entregam à polícia
Prisão aconteceu na tarde desta terça-feira, 23, em uma propriedade rural da família, a 180 quilômetros de distância de onde o crime ocorreu
Mãe e filho apontados como suspeitos de matar dois idosos em Peixoto de Azevedo (MT) se entregaram à Polícia Civil na tarde desta terça-feira, 23. A equipe cumpriu os mandados de prisão contra Inês Gemilaki e seu filho, o médico Bruno Gemilaki Dal Poz, em uma propriedade rural da família, localizada a 180 quilômetros do município matogrossense onde ocorreu o crime.
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Segundo a Polícia Civil, o local onde mãe e filho foram presos é de difícil acesso e tem mais de 85 quilômetros de estradas de terra. A Justiça do Mato Grosso expediu os mandados de prisão contra os dois suspeitos após pedido da delegada Anna Paula Marien, responsável pelas investigações.
A prisão aconteceu por intermédio da defesa da família, que compareu à delegacia para negociar a rendição de Inês e Bruno. A advogada reiterou a intenção da mãe e filho em se entregarem, e o pedido para que uma equipe fizesse o acompanhamento até a fazenda onde eles se esconderam.
Na propriedade rural, os policiais cumpriram os mandados de prisão contra os suspeitos, mas não localizaram a caminhonete e nem as armas de fogo usadas no crime. Inês e Bruno foram levados à Delegacia de Peixoto de Azevedo, onde prestaram depoimento.
Comparsas também foram presos
Mais cedo nesta terça-feira, a Polícia Civil também prendeu Márcio Ferreira Gonçalves, marido de Inês e padrasto de Bruno, que já era procurado pelo crime, e seu irmão Eder Gonçalves Rodrigues, que confessou a participação no duplo homicídio. Eles estavam em uma casa no Centro de Alta Floresta.
De acordo com a polícia, Eder confessou a participação no crime, dizendo ser a pessoa que entrou invadiu a casa e efetuou os disparos com Inês e Bruno. Durante a execução do crime, Márcio ficou na caminhonete Ford Ranger, do lado de fora da residência, aguardando para ajudar os comparsas na fuga.
"Com as prisões, foi possível identificar um quarto envolvido no crime, até então desconhecido, uma vez que acreditávamos que o homem de camiseta preta que entrou na casa e efetuou os disparos era o Márcio, marido e padrasto dos outros dois autores do crime", disse a delegada Anna Marien, responsável pelas investigações.
O Terra tenta contato com a defesa dos suspeitos. O espaço segue aberto para manifestação.
Entenda o caso
O duplo homicídio que vitimou Pilson Pereira da Silva, de 80 anos, e Rui Luiz Bolgo, 68, ocorreu durante um almoço no último domingo, 21, em uma residência no bairro Alvorada, em Peixoto de Azevedo.
Na ocasião, três pessoas armadas, identificadas como Inês, Bruno e Eder, invadiram a confraternização e efetuaram vários disparos de arma de fogo, atingido três vítimas. Durante a execução do crime, Márcio ficou na caminhonete Ford Ranger, do lado de fora da residência, aguardando para ajudar os comparsas na fuga.
Duas das vítimas, Pilson e Rui, não resistiram aos ferimentos e morrerram no local. Uma terceira vítima, padre da cidade, foi socorrida e conseguiu sobreviver aos ferimentos
As investigações apontam que o crime na verdade tinha como alvo o dono da residência onde ocorria a confraternização, que teria feito ameaças públicas contra os investigados, em razão de um processo referente a um contrato de aluguel.
A filha de Rui relatou que todos que estavam na residência mantinham uma relação cordial com a família de Ines. No momento do ocorrido, oito pessoas estavam na propriedade quando a pecuarista e seu filho médico entraram, ambos portando armas de fogo e realizando diversos disparos. O ato foi capturado pelas câmeras de segurança. Após os tiros, mãe e filho fugiram do local.
"Meu pai [Rui Bogo] nem saiu da mesa, porque viu que era a Ines e ele jamais imaginaria que ela faria isso. O portão estava aberto, eles chegaram e entraram. Meu pai infelizmente permaneceu sentado", afirmou Janete.
Janete explicou que reside com seu esposo em Sorriso, mas foi informada sobre o ataque à residência por meio de uma ligação de sua irmã.
A mãe e o filho foram vistos ainda durante a tarde de domingo, adquirindo cerveja, água e refrigerantes enquanto transitavam pela cidade de Matupá, situada aproximadamente a 13 km do local do homicídio. O momento foi registrado por uma câmera de segurança na conveniência do posto de combustível.