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Doces e chocolate podem ser um veneno para seu cachorro no Natal - saiba como protegê-lo

Doces, macadâmia, uva passa, ossos de peru... O Natal está cheio de tentações para os bichos de estimação, mas o resultado indesejado pode ser uma internação no hospital.

23 dez 2017 - 19h57
(atualizado em 24/12/2017 às 12h23)
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No Natal, a intoxicação por chocolate é um risco real para os animais domésticos - até quatro vezes maior do que em outras épocas do ano.

Um estudo descobriu centenas de casos de cachorros que precisaram de tratamento veterinário depois de roubar e comer chocolates no Natal. Por isso, veterinários estão tentando alertar as pessoas para colocarem as sobremesas fora de alcance dos bichos.

Cachorros costumam xeretar comidas e decorações de Natal | Foto: Getty Images
Cachorros costumam xeretar comidas e decorações de Natal | Foto: Getty Images
Foto: BBC News Brasil

Os animais gostam do sabor do chocolate, mas isso pode deixá-los doentes, mesmo quando ingerido em pequenas quantidades. "As pessoas precisam saber que o chocolate é um problema em potencial. E que devem ficar atentas com seus presentes de chocolate no período de festas", diz Philip Jones, especialista em epidemiologia veterinária e saúde pública na Universidade de Liverpool, na Inglaterra.

"Se o cachorro comer chocolate, é preciso informar o veterinário. E dizer quanto chocolate e de que tipo o cachorro comeu."

Intoxicação

A substância teobromina, encontrada no cacau, é metabolizada mais lentamente nos cachorros e nos gatos. Isso pode levar a doenças, aumento na frequência cardíaca, agitação e, eventualmente, morte.

O estudo analisou registros eletrônicos de saúde de 200 clínicas veterinárias do Reino Unido - 10% do total - entre 2012 e 2017 e descobriu que a intoxicação por chocolate nos cachorros era quatro vezes mais frequente no Natal do que em outras épocas do ano. O risco era metade do registrado na Páscoa, mas não havia diferença em relação ao dia dos Namorados e ao Dia das Bruxas.

Vômito foi o sintoma mais comum de intoxicação por chocolate, seguido de agitação e aumento da frequência cardíaca.

Para evitar acidentes durante o Natal, recomenda-se usar enfeites que não estilhacem e não deem choque | Foto: Mário Marcondes
Para evitar acidentes durante o Natal, recomenda-se usar enfeites que não estilhacem e não deem choque | Foto: Mário Marcondes
Foto: BBC News Brasil

Ainda segundo o estudo, cachorros filhotes e jovens eram mais propensos a fuçar no chocolate e ficar doentes. Na maioria dos casos, apenas pequenas quantidades foram consumidas. Mas havia exceções, como um cachorro que comeu um grande número de ovos de páscoa escondidos em um jardim para uma festa infantil.

O tipo de tratamento para intoxicação depende do tempo transcorrido desde que o bicho comeu o chocolate. Ele pode tomar remédio para induzir o vômito e carvão ativado para interromper absorção de substância tóxica. Também pode precisar de outras medicações para combater os efeitos tóxicos no coração.

No Brasil

O Hospital Veterinário Sena Madureira, em São Paulo, registra um aumento de até 20% no número de internações durante as festas de fim de ano. São casos de intoxicação alimentar, acidentes domésticos com decorações natalinas e durante o estouro de fogos de artifício.

Além de chocolate, é preciso tomar cuidado especial com a macadâmia e a uva (natural ou passa), que também são tóxicos para os bichos, de acordo com Mário Marcondes, veterinário e diretor do hospital Sena Madureira. Outro risco são os ossos de peru, frango, chester, muito comuns no Natal. Eles podem estilhaçar e perfurar órgãos internos.

Também é recomendado evitar dar para os bichos comidas diferentes das suas dietas regulares. Mesmo que não sejam tóxicos, esses alimentos podem provocar vômitos e diarreia.

"Tem que tomar cuidado redobrado nessa época do ano. Deixar as comidas fora do alcance dos bichos, avisar as visitas que não devem alimentá-los, fazer decorações que evitem acidentes e preparar um ambiente sossegado durante a virada do ano, por causa dos fogos de artifício."

Com informações da repórter da BBC News Helen Briggs e de Amanda Rossi, da BBC Brasil em São Paulo.

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