Governo federal não anunciou retorno do horário de verão, ao contrário do que afirmam posts
PUBLICAÇÕES NAS REDES SOCIAIS INVENTAM QUE MEDIDA INICIARIA EM NOVEMBRO; MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA NÃO CONFIRMOU VOLTA
O que estão compartilhando: que o governo federal teria confirmado o retorno do horário de verão para Estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste a partir de 16 de novembro.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Não houve anúncio oficial do governo sobre o retorno do horário de verão. Em nota enviada ao Verifica, o Ministério de Minas e Energia (MME) não confirmou a volta da medida. A pasta informou que o tema é constantemente avaliado e que "as condições dos reservatórios são favoráveis, evoluindo dentro da normalidade ao longo do período seco". Ainda de acordo com o ministério, estudos até fevereiro de 2026 confirmam o pleno atendimento de energia. Ou seja: não haveria necessidade de uma medida de economia de energia.
Saiba mais: alegações de que o governo teria confirmado o retorno do horário de verão circulam em diferentes redes sociais. Alguns posts afirmam que a medida começaria à meia-noite do dia 16 de novembro e encerraria no dia 15 de março. No entanto, os anúncios são falsos, pois não há confirmação de que o horário será adiantado em uma hora em determinadas regiões do País.
Conforme informou o MME ao Verifica, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) segue acompanhando o sistema elétrico, "subsidiando as autoridades com informações atualizadas para fins da decisão mais adequada".
Suspenso em 2019 por um decreto assinado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, o horário de verão é uma medida que adianta os relógios em uma hora durante os meses mais quentes do ano, com o objetivo de reduzir o consumo de energia elétrica e aproveitar a luz do dia. Naquele ano, a decisão de acabar com a prática foi embasada em estudos que indicaram que a iniciativa não produzia mais os resultados esperados para a redução do consumo de energia.
De acordo com informações disponíveis no site do MME (aqui), diante do uso de equipamento de ar-condicionado, foi verificado que os impactos elétricos e energéticos associados ao horário de verão estão relacionados à temperatura e não somente à iluminação. Quanto maior a iluminação natural, maior também a temperatura.
Por esse motivo, o aproveitamento da iluminação natural reduzia o consumo e a demanda energética, enquanto o aumento da temperatura fazia com que o uso de ar-condicionado crescesse, elevando o consumo.
"Estes efeitos eram avaliados conjuntamente e, para os Estados do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil foi constatada neutralidade dos impactos do horário de verão do ponto de vista do sistema elétrico", afirma a pasta.
Postagens sobre o tema também foram verificadas por Lupa, Reuters Fact Check e Boatos.org.