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Trânsito

RS: manifestantes protestam contra aumento da tarifa de ônibus

Cerca de 300 pessoas se concentraram em frente à Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), na avenida Ipiranga, e bloquearam a via

25 mar 2013 - 22h38
(atualizado às 23h54)
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<p>Durante o protesto, houve tumulto entre os manifestantes, a polícia e motoristas</p>
Durante o protesto, houve tumulto entre os manifestantes, a polícia e motoristas
Foto: Guilherme Testa/LLPhoto Press / Futura Press

Duas das principais avenidas de Porto Alegre foram interrompidas total ou parcialmente por mais de três horas no começo da noite desta segunda-feira. Manifestantes bloquearam a Ipiranga, sentido centro-bairro, nas proximidades da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), ao mesmo tempo em que outro grupo fechava a Bento Gonçalves, no bairro Agronomia, próximo ao campus da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O motivo foi o aumento da tarifa de ônibus na capital, que desde esta segunda-feira custa R$ 3,05.

Segundo a Brigada Militar (BM), os protestos começaram por volta das 18h. Quem tentou se deslocar neste horário do centro até a universidade privada, trajeto que leva cerca de 45 minutos com o trânsito intenso tradicional do horário, demorou aproximadamente duas horas. Muitos optaram por descer do ônibus quilômetros antes do ponto em que saltariam para percorrer caminhando a distância que faltava.

Durante o protesto, houve tumulto entre manifestantes, polícia e motoristas. Às 21h15, de acordo com a BM, os dois grupos que faziam os protestos se reuniram em frente ao pórtico da PUCRS, mantendo bloqueadas duas das quatro pistas da avenida Ipiranga. Os seguranças da universidade, com apoio da polícia, fecharam a entrada, impedindo por alguns minutos a entrada ou saída de alunos, situação que foi contornada pouco antes das 22h, com o fim da manifestação e a dispersão das cerca de 300 pessoas.

Passageiros de outras linhas, que enfim voltavam a circular de forma tranquila pelo local, xingaram os manifestantes pelo congestionamento causado. "Vão trabalhar", gritou um deles.

Antes do fim do movimento, gritando palavras de ordem e pedindo que o grupo "mantivesse a união conquistada", os manifestantes convocaram novos atos "ainda maiores" contra o aumento da passagem. Falando em "parar Porto Alegre de novo", eles combinaram nova concentração na quarta-feira em dois locais: pela manhã, às 8h, no terminal de ônibus Cairu, na zona norte da cidade; e pela tarde, às 17h30, no largo Glênio Peres, no centro.

Quando já estavam indo embora, os jovens forçaram as portas de dois ônibus da empresa Carris que haviam estacionado para pegar passageiros no ponto em frente ao Hospital São Lucas, da PUCRS. Aos gritos de "quem não pula quer aumento (de passagem)", líderes do grupo convidavam outros passageiros a entrarem pela porta traseira ou a pularem a roleta. "Não vamos pagar, gente! Eles aumentaram a passagem!", disse um dos manifestantes, segurando a porta do coletivo. Alunos da universidade contrários ao protesto - muitos acabaram perdendo aula - optaram por esperar outra condução.

Tarifa a R$ 3,05

A passagem de ônibus na capital gaúcha passou de R$ 2,85 para R$ 3,05 nesta segunda-feira, um aumento de 7,02%. A prefeitura anunciou que "a decisão reduziu o preço em relação aos R$ 3,0698 (7,37%) votados pelo Conselho Municipal de Transporte Urbano (Comtu), após análise dos cálculos da planilha tarifária, encaminhada aos conselheiros pela Secretaria Municipal dos Transportes (SMT)". O pedido dos empresários do transporte coletivo era de R$ 3,30, aumento de 15,8% sobre os atuais R$ 2,85.

No início do mês, o Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE-RS) determinou a revisão do cálculo de reajuste das passagens de ônibus em Porto Alegre. A decisão negava o pedido da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) para manter no cálculo de reajuste a frota reserva das empresas.

Além disso, a desoneração da folha de pagamento do setor deve ser considerada. Segundo o Ministério Público de Contas (MPC), que pediu a revisão, a decisão poderia deixar a tarifa até 10% mais barata que a atual.

Fonte: Terra
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