Lula liga para Macron para criticar tarifaço de Trump e defende acordo Mercosul-UE
Inicialmente contrário ao acordo Mercosul-UE, Macron teria se comprometido a finalizar as negociações ainda neste semestre
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Lula conversou com Macron para criticar tarifas dos EUA, defender o multilateralismo, promover o acordo Mercosul-UE e discutir temas globais como COP-30, paz na Ucrânia e reforma das instituições internacionais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) telefonou para o presidente francês, Emmanuel Macron, na manhã desta quarta-feira, 20. Segundo o Palácio do Planalto, os chefes de Estado conversaram por cerca de 1 hora sobre o livre comércio e apoio de ambos ao multilateralismo. O petista repudiu o tarifaço dos Estados Unidos sobre o Brasil e contou sobre as medidas que o governo federal adotou contra ele.
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Lula falou sobre as medidas anunciadas pelo governo no âmbito interno, como a ajuda a empresas exportadoras, além do recurso que apresentou, no âmbito externo, à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas.
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O presidente também falou sobre os esclarecimentos enviados pelo Brasil aos EUA em resposta à investigação aberta sobre supostas práticas comerciais "injustas" adotadas pelo País, que usa como base a Seção 301. Lula disse não reconhecer a legitimidade de tal instrumento unilateral usado pelos EUA, mas que ainda assim enviou uma resposta formal aos questionamentos do país governado por Donald Trump.
No telefonema, o petista também aproveitou para falar sobre o acordo Mercosul-União Europeia (UE), sobre o qual o presidente francês se mostrou contrário em diversas ocasiões. Agora, ainda segundo o Planalto, Macron e Lula se comprometeram a ultimar o diálogo com vistas à assinatura do acordo ainda neste semestre, durante a presidência brasileira do bloco.
"Os líderes da França e do Brasil reafirmaram intenção de promover maior cooperação entre os países desenvolvidos e o Sul Global, em favor do comércio baseado em regras multilateralmente acordadas. Nesse contexto, o presidente Lula afirmou que a defesa do multilateralismo será um dos principais temas da Cúpula Virtual do Brics, que pretende realizar em setembro", diz nota do Planalto.
A conversa tratou ainda da COP-30, que acontecerá em novembro no Brasil. Macron disse apoiar a realização do evento em Belém (PA) e confirmou sua presença na convenção.
Por fim, eles falaram sobre as negociações de paz na Ucrânia -- tema, inclusive, sobre o qual Lula conversou com o presidente russo Vladimir Putin, na última segunda-feira, 18. Macron elogiou o Grupo de Amigos da Paz, liderado por Brasil e China, criado para apoiar iniciativas pela paz no mundo.
"O presidente Lula demonstrou preocupação com o aumento dos gastos militares no mundo, enquanto cerca de 700 milhões de pessoas ainda passam fome. Registrou, nesse contexto, a saída do Brasil do Mapa da Fome da FAO e defendeu a reforma das instituições multilaterais em favor de uma governança global mais representativa e democrática", complementa o Planalto.
