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Política

País não terá governo militar, diz futuro ministro da Defesa

Fernando Azevedo e Silva afirma que presidente foi eleito pelo voto popular e que Forças estão afastadas da política

14 nov 2018 - 05h11
(atualizado às 07h43)
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Escolhido para assumir o Ministério da Defesa, o general de Exército da reserva Fernando Azevedo e Silva disse ao "Estado" que a eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência da República não representa a volta dos militares ao poder. "Ele foi eleito pelo voto popular", afirmou. E acrescentou que não acredita em politização das Forças. "As Forças estão afastadas da política".

Azevedo e Silva, que deixou o Exército em agosto e foi convidado à época pelo então futuro presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Tofolli, para assumir um cargo de assessoria em seu gabinete, considerou essa passagem pelo Judiciário como "uma deferência" à sua origem". Segundo ele, a sucessão no comando das Forças ainda não foi discutida com Bolsonaro, a quem caberá decidir os nomes.

Fernando Azevedo e Silva durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para exercer o cargo de presidente da Autoridade Publica Olímpica (APO), no Senado Federal, em Brasília (DF) em 15/10/2013
Fernando Azevedo e Silva durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para exercer o cargo de presidente da Autoridade Publica Olímpica (APO), no Senado Federal, em Brasília (DF) em 15/10/2013
Foto: Dida Sampaio / Estadão Conteúdo

A eleição de Jair Bolsonaro significa que o Brasil terá um governo militar?

De jeito nenhum. Ele é um presidente eleito pelo voto popular, dentro das regras democráticas vigentes no País e, pela Constituição, é o comandante em chefe das Forças Armadas.

Há risco de politização das Forças Armadas por causa da origem militar de Bolsonaro?

Não acredito. As Forças estão afastadas da política. O representante político das Forças Armadas é o ministro da Defesa. O papel das Forças Armadas nas eleições foi republicano.

Os comandantes da Aeronáutica, Exército e Marinha foram escolhidos?

A escolha é do comandante supremo das Forças Armadas, que é o presidente da República, ouvido o ministro de Estado da Defesa, entre os oficiais generais do último posto. Ainda não conversamos.

Ficou algum desconforto por Bolsonaro ter sinalizado que o ministro da Defesa poderia vir da Marinha?

Não. As Forças Armadas têm uma característica: quando se toma uma decisão, acabou. O que está decidido, está decidido. A partir daí é remar junto. Eu, inclusive, já recebi ligação dos três comandantes me cumprimentando, e me senti muito honrado com o convite. Aliás, estou saindo da fase de muito orgulhoso com o convite para muito apreensivo, porque é uma responsabilidade muito grande.

Como foi a sua passagem pelo Supremo Tribunal Federal (STF)? Houve quem dissesse que a sua ida para lá era tutela dos militares ao Judiciário.

De forma alguma. A minha ida foi muito importante, foi uma deferência à minha origem.

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