Bolsonaro diz que possível apreensão do passaporte de Eduardo visa causar constrangimento
Para ex-presidente, medida busca também impedir que o filho assuma a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a possível apreensão do passaporte do filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Eduardo é alvo de uma notícia-crime de autoria de deputados petistas que atribui a ele crimes contra a soberania nacional.
"A possível apreensão do passaporte do deputado Eduardo Bolsonaro visa criar constrangimento, ou instruir ação judicial para impedi-lo de assumir a Comissão de Relações Exteriores", escreveu o ex-presidente no X (antigo Twitter) neste domingo, 2, também em inglês.
- A possível apreensão do passaporte do Deputado Eduardo Bolsonaro visa criar constrangimento, ou instruir ação judicial para impedi-lo de assumir a Comissão de Relações Exteriores.
- Por essa Comissão passarão 37 memorandos/acordos assinados com a China por ocasião do G-20 no…
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 2, 2025
Bolsonaro sugeriu que a mobilização busca impedir que Eduardo represente um obstáculo para a aprovação de "acordos assinados com a China" e ironizou: "Um bom momento para se discutir soberania e crime de lesa pátria".
A notícia-crime contra Eduardo foi registrada pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), e pelo deputado Rogério Correia (PT-MG), que pedem que ele seja investigado criminalmente por articular reações ao STF com políticos americanos. Os autores também querem que o passaporte do parlamentar seja apreendido para interromper as "condutas ilícitas em curso".
No último sábado, 1.º, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu que a PGR se manifeste em até cinco dias sobre a notícia-crime.
Os deputados afirmam, no documento, que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro capitaneou uma "uma verdadeira tentativa de constranger não só um integrante de um dos Poderes da República, mas o próprio Poder Judiciário nacional".
Na semana passada, o Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, que tem atribuições semelhantes à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara dos Deputados brasileira, aprovou um projeto de lei que pode barrar a entrada de Alexandre de Moraes no país.
A apresentação da proposta foi, segundo Eduardo Bolsonaro, fruto de um pedido seu à deputada republicana María Elvira Salazar, da Flórida.
Solicitamos em 14/FEV, num gabinete no Congresso dos EUA, que a Dep. Maria Elvira Salazar gentilmente reapresentasse seu projeto de lei que cancela o visto de violadores da liberdade de expressão
Ela o fez no mesmo dia! E hoje ele foi aprovado na CCJ. Não tardará para virar lei https://t.co/mTFEfkYX33
— Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP) February 26, 2025