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Política

Alas do PSDB pró-Nunes e Tabata brigam e ex-presidente leva móveis, documentos e até busto embora

'Nós dissemos assim: Podem vir para a sede do partido, mas com aquilo que o partido tem: nada', afirmou Fernando Alfredo, que foi destituído do cargo. Presidente interino diz que colega levou até memórias dos ex-prefeitos Bruno Covas e Mário Covas, como bustos e livros

7 dez 2023 - 07h42
(atualizado às 09h56)
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BRASÍLIA - Disputas internas pelo comando do PSDB da capital paulista deixaram a sede municipal do partido vazia nesta semana, literalmente. O ex-presidente do diretório de São Paulo, Fernando Alfredo, levou com ele computadores, cadeira, mesa e todo restado do mobiliário, além de documentos, após ser destituído do cargo. Quando chegou para tomar posse, Orlando Faria, o sucessor, encontrou o espaço sem absolutamente nada.

Sede do PSDB na capital paulista ficou vazia após ex-presidente retirar mobílias antes da posse do sucessor
Sede do PSDB na capital paulista ficou vazia após ex-presidente retirar mobílias antes da posse do sucessor
Foto: Material cedido ao Estadão / Estadão

Ao Estadão, Alfredo confirmou que "limpou a casa" antes de sair. "Nós dissemos assim: Podem vir para a sede do partido, mas com aquilo que o partido tem: nada."

Em setembro, o PSDB estadual suspendeu a convenção municipal que havia reeleito Alfredo para a liderança do diretório no mês anterior. Fez isso após denúncias de dois filiados de que o candidato suspendeu quem não o apoiava e promoveu uma filiação em massa para conseguir renovar o mandato. Uma comissão provisória escolheu Orlando Faria para comandar a sigla por 180 dias.

Há menos de um ano das eleições municipais, os tucanos estão divididos sobre quais rumos devem seguir. A ala de Alfredo defende o apoio à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), enquanto a nova gestão fala publicamente em uma candidatura própria, mas se reuniu recentemente com a deputada federal Tabata Amaral (PSB), que mantém conversas com os tucanos.

Apesar da decisão que impediu a sua reeleição, Alfredo continuou despachando na sede do PSDB paulistano, um prédio na Vila Buarque. Diante disso, Orlando acionou o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) para pedir reintegração de posse do local. Na semana passada, a juíza Ana Laura Corrêa Rodrigues determinou a troca.

Quando recebeu a intimação na última sexta-feira, 1º, Fernando decidiu levar consigo os móveis, computadores e documentos que estavam na sede municipal. Em entrevista ao Estadão, o ex-presidente do PSDB paulistano disse que os itens não são de propriedade do partido, e sim doados por apoiadores ou comprados por ele próprio.

Nova gestão do PSDB municipal também sentiu falta de documentos do partido na sede
Nova gestão do PSDB municipal também sentiu falta de documentos do partido na sede
Foto: Material cedido ao Estadão / Estadão

Segundo o ex-presidente, algumas mesas só foram deixadas porque não poderiam ser reaproveitadas caso fossem desmontadas. Os computadores e documentos estão com Alfredo, enquanto cadeiras e outros móveis foram, segundo ele, devolvidos "a quem deu para o partido".

Computadores e cadeiras da sede do PSDB foram levados durante o fim de semana
Computadores e cadeiras da sede do PSDB foram levados durante o fim de semana
Foto: Material cedido ao Estadão / Estadão

Orlando disse que o novo comando do diretório percebeu o vazio na sede da Vila Buarque nesta segunda-feira, 4. Ao Estadão, ele disse que vai solicitar para Fernando informações sobre onde estão localizados os itens que foram levados da sala.

Antecessor levou bustos e livros de Mário e Bruno Covas

O presidente interino disse que seu colega de partido também levou memórias dos ex-prefeitos Bruno Covas e Mário Covas, como bustos e livros. Fernando confirmou que está com os objetos.

"O partido é sustentado por dinheiro público, e tem que prestar contas todos os anos. O patrimônio que lá existir não é de pertence de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, tem que estar ali. Nós, que somos administradores, vamos ter que prestar contas disso no futuro, e se não está ali, nós devemos registrar", afirmou.

Mobílias também foram levados por apoiadores do ex-presidente do partido na capital paulista
Mobílias também foram levados por apoiadores do ex-presidente do partido na capital paulista
Foto: Material cedido ao Estadão / Estadão

Ex-presidente diz que nova gestão queria receber o local 'montado e organizado'

Fernando defende que a sua saída da direção municipal foi "monocrática" e por meio de uma "canetada", e afirmou que não reconhece a convenção que colocou Orlando na presidência tucana. Segundo ele, a sede está aberta, mas o andar está vazio porque o PSDB paulistano "não tem patrimônio".

"Quando eu assumi, a única coisa que o partido tinha era dívidas. Não tinha uma cadeira. Tudo que foi colocado era emprestado e alugado e todos esses bens foram devolvidos. É óbvio que eles queriam pegar o negócio montado e organizado como estava durante o nosso comando. Até o ar-condicionado que ficou lá é emprestado", afirmou. Em tempo: ele deixou o ar-condicionado na sala.

Fernando ainda tem esperança de reassumir a presidência da sigla. A decisão cabe à executiva tucana, que é comandada pelo ex-governador de Goiás, Marconi Perillo.

O Estadão procurou o ex-governador e presidente nacional do PSDB, mas não obteve retorno.

Estadão
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