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Traficante Piloto é expulso do Paraguai e chega ao Brasil

Integrante do Comando Vermelho que estava preso em Assunção foi entregue na manhã desta segunda à Polícia Federal na Ponte da Amizade

19 nov 2018 - 09h26
(atualizado às 10h11)
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O narcotraficante brasileiro Marcelo Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, que está preso no Paraguai
O narcotraficante brasileiro Marcelo Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, que está preso no Paraguai
Foto: Polícia/Divulgação / Estadão Conteúdo

O narcotraficante brasileiro e integrante do Comando Vermelho (CV) Marcelo Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, que estava preso em Assunção, no Paraguai, foi expulso do País nesta segunda-feira, 19.

Acusado de assassinar uma jovem mulher que o teria visitado, neste sábado, 17, no grupamento especializado da Polícia Nacional, onde está preso, Piloto foi mandado de volta para o Brasil. Ele foi entregue às 7 horas à Polícia Federal brasileira, na Ponte da Amizade, que liga a cidade paraguaia de Ciudad del Este, a Foz do Iguaçu, no Paraná.

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, deu a notícia da expulsão do traficante em um post no Twitter. "Decidi expulsar Marcelo Pinheiro, vulgo "Piloto" do Paraguai. O nosso país não é uma terra de impunidade para ninguém", escreveu o líder.

O líder do Comando Vermelho, que vestia tênis a um conjunto esportivo, foi entregue aos agentes brasileiros no posto migratório da Ponte da Amizade e seria levado para a sede da Polícia Federal em Foz. Piloto deverá ser transferido para penitenciária federal, mas a PF não deu detalhes da operação.

De acordo com o jornal ABC Color, do Paraguai, o narcotraficante brasileiro foi levado de Assunção a Ciudad del Este em um helicóptero da polícia brasileira.

Durante o transporte até a fronteira, Marcelo Piloto teve o rosto coberto e usou um colete à prova de balas da Polícia Nacional. O documento de entrega do traficante foi assinado pelo delegado Carlos Eduardo Vieira, chefe do Núcleo de Inteligência da Polícia Federal em Foz do Iguaçu.

Documento de expulsão do narcotraficante brasileiro Marcelo Piloto
Documento de expulsão do narcotraficante brasileiro Marcelo Piloto
Foto: Reprodução / Estadão Conteúdo

Neste domingo, 18, o presidente anunciou ainda a troca do comando da Polícia Nacional após o narcotraficante ter matado a mulher dentro da prisão. A decisão foi anunciada depois de uma reunião do Conselho de Segurança convocada por Benítez.

A Justiça do Rio condenou Piloto a uma pena de 26 anos de prisão. No Paraguai, ele está preso por homicídio e falsificação de documentos. Chegou a ser aberto ainda um processo para sua extradição, atendendo a pedido da justiça brasileira.

Como foi o crime

Conforme a imprensa paraguaia, o brasileiro teria usado uma faca de sobremesa para golpear seguidamente a jovem Lidia Meza Burgos, de 18 anos, que fora visitá-lo neste sábado. A vítima é da cidade de General Resquín, no departamento de San Pedro. O assassinato da mulher foi confirmado pelo chefe do grupamento, Germán Real Medina.

Após ouvir gritos, os agentes foram ao local e encontraram a mulher ensanguentada. A vítima chegou a ser levada para o Hospital de Barrio Obrero, em Assunção, mas não resistiu. O corpo passou por perícia e foi levado ao necrotério oficial.

De acordo com a imprensa paraguaia, o assassinato seria uma "estratégia macabra e desesperada" do narcotraficante para barrar sua extradição para o Brasil, já que todas os recursos judiciais foram esgotados sem sucesso.

Nesta sexta-feira, 16, a Justiça havia negado pedido da noiva de 'Piloto', Marisa de Souza Penna, também reclusa em estabelecimento penal, que pretendia casar-se com ele na prisão. O casamento com uma paraguaia poderia dificultar a extradição.

Antes, 'Piloto' havia dado uma entrevista denunciando o pagamento de propinas a autoridades policiais paraguaias em troca de proteção. A advogada dele, a argentina Laura Marcela Casuso, que organizou a coletiva, foi assassinada a tiros, na segunda-feira, 12, em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil.

As autoridades paraguaias também divulgaram neste mês um vídeo em que o CV ameaça matar a procuradora-geral do Paraguai, Sandra Quiñonez, em represália à ação dela pela extradição de Marcelo Piloto. Se confirmada a autoria do assassinato, Piloto terá de responder ao inquérito, dificultando a extradição.

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