As autoridades que investigam médicos em Curitiba por suspeita de provocarem a morte de pacientes apuram se as vítimas morreram pela combinação do uso de anestésicos com a diminuição da quantidade de oxigênio nos respiradores artificiais. As denúncias que levaram à prisão de quatro médicos do Hospital Universitário Evangélico afirmam que eles davam aos pacientes o medicamento Pavulon, utilizado para relaxar os músculos e entubar em caso de obstrução da respiração, segundo o jornal Folha de S. Paulo. O anestésico, que paralisa os músculos, pode levar a uma parada respiratória se houver baixa ventilação dos pulmões.
Os advogados dos médicos presos negam as acusações e dizem que a Polícia Civil não tem provas da materialidade do crime. Um deles, Elias Mattar Assad, que representa Virgínia Soares de Souza, chefe da UTI, e outros dois profissionais presos, afirma que os medicamentos, para serem utilizados, precisam da prescrição de um médico, são controlados pela farmácia da instituição e registrados em prontuário. O diretor técnico do hospital, Luiz Felipe Natel Mendes, disse que o relaxante muscular Pavulon é pouco utilizado nos dias de hoje. Até agora, cinco pessoas foram presas por suspeita de envolvimento com o caso - além dos quatro médicos, uma enfermeira respondeu a um mandado de prisão emitido na sexta-feira e se apresentou à Justiça na segunda.
21 de fevereiro - Médica chefe da UTI do hospital Evangélico, Virgínia Helena Soares de Souza, sendo conduzida por policiais
Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo / Futura Press
22 de fevereiro - O advogado Elias Mattar Assad e o filho da médica, Leonardo Prisco de Souza Marcelino
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra
25 de fevereiro - O advogado da Sociedade Evangélica Beneficente de Curitiba, Gláucio Antônio Pereira (em pé), o diretor técnico do Hospital Evangélico, Luiz Felipe Mendes, e o advogado da instituição, Helio Gomes Coelho Júnior. Eles informaram que pediram o afastamento da delegada titular do Núcleo de Repressão a Crimes contra a Saúde (Nucrisa), Patrícia Brisola, por violação do segredo de Justiça do Inquérito Policial
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra
26 de fevereiro - Enfermeira que tinha prisão preventiva decretada deixa o Núcleo de Repressão de Crimes Contra a Saúde após prestar depoimento no dia 25 de fevereiro
Foto: Henry Milléo / Gazeta do Povo / Futura Press
11 de março - A Promotoria de Justiça de Proteção à Saúde Pública de Curitiba denunciou, nesta segunda-feira, oito profissionais de saúde pelo envolvimento na morte de sete pacientes em estado grave da UTI do Hospital Evangélico de Curitiba
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra
26 de setembro - A médica Virginia Helena Soares de Souza chega acompanhada por seu advogado Elias Mattar Assad, ao Tribunal do Júri em Curitiba