Lula cancela viagem a Lima para Apec; decisão pode afetar visita de Biden a Manaus
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu cancelar a viagem que faria a Lima em novembro para participar da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) para se concentrar na reunião do G20 marcada para poucos dias depois no Rio de Janeiro, disse nesta quinta-feira uma fonte do Palácio do Planalto.
A decisão vem depois de Lula passar por novos exames nesta quinta devido à queda sofrida no banheiro do Palácio da Alvorada no dia 19, que gerou sangramento de pequena extensão no cérebro e o levou a receber pontos na nuca por causa de um corte.
Lula, de 79 anos, ainda não está autorizado pelos médicos a deixar Brasília e já havia cancelado viagens que faria à Rússia, para a cúpula do Brics, à Colômbia, onde participaria da conferência da ONU sobre biodiversidade, a COP16, e ao Azerbaijão, para a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, a COP29.
No entanto, segundo a fonte, a decisão de cancelar a viagem para a cúpula da Apec teria sido tomada pelo presidente para se concentrar no cúpula do G20 em 18 e 19 de novembro e nas reuniões bilaterais que acontecem no mesmo período.
Além disso, dois dias depois da cúpula no Rio, o presidente receberá em Brasília o presidente da China, Xi Jinping, no que está sendo tratado pelo governo brasileiro como a principal visita de chefe de Estado este ano ao país.
A decisão de Lula de cancelar a viagem para a Apec deixa em suspenso a possibilidade de encontro do presidente brasileiro com o presidente norte-americano, Joe Biden, marcada inicialmente para 17 de novembro, quando ambos fariam uma visita a Manaus.
De acordo com uma segunda fonte, o governo dos Estados Unidos ainda mantém os preparativos para a visita, mas a decisão final deve ser tomada apenas depois das eleições norte-americanas, na próxima terça-feira.
A fonte palaciana disse que, se Biden confirmar a visita a Manaus, Lula pode rever a decisão de ir apenas ao G20 para se encontrar com o líder norte-americano na capital amazonense.
Procurado, o Palácio do Planalto não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
(Edição de Pedro Fonseca)