Ex-deputado volta a ser investigado no caso Marielle Franco
Investigação será federalizada após o surgimento de novas suspeitas envolvendo o ex-parlamentar Domingos Brazão
A investigação do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes está com novos desdobramentos. Recentemente, o inquérito que investiga esses homicídios foi remetido do Rio de Janeiro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) devido ao surgimento de novas suspeitas envolvendo Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
As informações são do jornalista Bernardo Mello Franco, do jornal O Globo.
A transferência do caso para outro tribunal significa que a investigação passará a ser conduzida em âmbito federal, o que ampliará os poderes da Polícia Federal (PF). No início de 2023, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a PF retomasse a investigação do caso.
A Justiça no Rio de Janeiro já havia rejeitado uma primeira denúncia contra Brazão, em março. Na ocasião, Brazão estava sendo acusado de supostamente plantar evidências falsas com o objetivo de obstruir a identificação dos responsáveis pelo crime.
O ex-deputado estadual voltou a ser foco da investigação devido à delação premiada do ex-PM Élcio Queiroz. Em uma parte da delação, Queiroz admitiu ter dirigido o carro utilizado no ataque e corroborou que Ronnie Lessa foi o responsável pelos disparos.
Mencionado no relatório da CPI das Milícias, Brazão lidera um clã que inclui o deputado federal Chiquinho Brazão, o deputado estadual Manoel Brazão e o vereador Waldir Brazão.
Brazão sempre negou qualquer participação no assassinato de Marielle. Em março, ele recebeu autorização do Tribunal de Justiça do Rio para retornar ao TCE. Brazão estava afastado desde 2017, quando foi preso sob suspeita de envolvimento em corrupção durante a Operação Quinto do Ouro.