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Polícia

"Um pacto de silêncio foi rompido", diz promotor responsável pelo Caso Marielle

Polícia Federal e Ministério Público do Rio realizaram nesta segunda a Operação Élpis após delação Élcio Queiroz

24 jul 2023 - 12h37
(atualizado às 12h53)
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Foto: Divulgação: GloboNews

O promotor de Justiça Fábio Côrrea afirmou que a delação premiada de Élcio Queiroz, divulgada nesta segunda-feira, 24, durante a Operação Élpis, representou um grande avanço na investigação do Caso Marielle. A ação foi resultado da parceria entre a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio (MPRJ).

"Um pacto de silêncio foi rompido. Estamos buscando e oferecendo respostas de um crime emblemático”, disse o promotor durante coletiva no Rio.

A Operação Élpis marca a primeira ação realizada desde o início de 2023, quando a PF assumiu a investigação dos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, bem como da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.

"Conseguimos determinar com lastro firme como foi o dia 14 de março. Essa é uma fase do trabalho e conseguimos criar provas importantes. Conseguimos, com muita consistência, estabelecer a mecânica do crime", disse o superintendente da PF, Leandro Almada.

"Nessa primeira parte, e terão outras, o mais importante foi a colaboração. Evidentemente, não veio do acaso. Foi muito trabalho de revisão de provas para tentarmos a linha e a estratégia de delação. Essa delação foi corroborada e a corroboração se mostrou em vários momentos de acordo. Ela foi confirmada de forma taxativa", completou. 

Detalhes das investigações

De acordo com o delegado Guilhermo Catramby, da Polícia Federal, Ronnie Lessa realizou pesquisas no CPF de Marielle e de sua filha dois dias antes do crime.

"As pesquisas foram feitas foi em um banco de dados privados. Conseguimos associar ao Ronnie pagamentos feitos por cartões de crédito", detalhou Catramby.

A investigação identificou contradições no caso. Elaine Lessa, esposa de Ronnie Lessa, confessou que ela e Lessa não estavam juntos na residência do casal, desmentindo o depoimento anterior que havia prestado.

Catramby afirmou que foi possível confirmar que Ronnie ocupou o banco da frente do carro até a Casa das Pretas. Chegando lá, ele passou para o banco de trás, enquanto a vereadora ainda estava no local.

O delegado detalhou o percurso realizado pelos dois réus do crime.

"Avenida Leopoldina, Av. Vradil, Linha amarela, saída em Méier, pararam na casa do irmão de Lessa. Ronnie pede ao irmão para pegar um táxi. Conseguimos junto à cooperativa de táxi mostrar a corrida do Méier até a Barra. Lá, eles pegam o carro e seguem para a resenha", disse.

Catramby ainda forneceu detalhes do depoimento de Denis, que é irmão de Ronnie Lessa.

"Ele (irmão de Ronnie) confirmou que encontrou Ronnie, que recebeu a bolsa [com as armas], chamou o táxi. Temos uma questão jurídica. Não temos como precisar se o Denis sabia do que havia acontecido ou do conteúdo da bolsa. Nesse momento não sabemos", contou.

O delegado também informou que as equipes estão investigando o vazamento de uma operação ocorrida em 2019: "Ele [o suspeito] foi intimado para prestar depoimento", acrescentou.

Motivação

Conforme o delegado, Ronnie Lessa, ex-PM, tinha "ojeriza" em relação às causas defendidas por Marielle. O promotor enfatizou que esse fato não exclui outras possíveis motivações, uma vez que o suposto mandante do crime ainda não foi identificado.

O delegado também destacou que o enfoque das investigações é compreender a mecânica do crime.

"Por uma questão de tempo, muitas provas se perderam. Nosso foco é escalar a investigação e ver quem matou. Obviamente que durante a investigação vamos investigar [se algum agente público atrapalhou]", acrescentou.

Fonte: Redação Terra
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