Em conversa com Trump, Lula solicita fim de sobretaxas de 50% sobre exportações brasileiras
Segundo nota divulgada pela Presidência da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou, durante videoconferência com Donald Trump na manhã desta segunda-feira (6), a retirada das sobretaxas de 50% sobre exportações brasileiras e das sanções impostas a autoridades nacionais. Lula classificou o contato como uma oportunidade para reaproximar os dois países, destacando os 201 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.
Segundo nota divulgada pela Presidência da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou, durante videoconferência com Donald Trump na manhã desta segunda-feira (6), a retirada das sobretaxas de 50% sobre exportações brasileiras e das sanções impostas a autoridades nacionais. Lula classificou o contato como uma oportunidade para reaproximar os dois países, destacando os 201 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.
De acordo com o comunicado, a conversa teve tom cordial e os presidentes relembraram o bom entendimento que tiveram durante o breve encontro em Nova York, na Assembleia Geral da ONU. Durante o diálogo, Lula solicitou a retirada das sobretaxas sobre exportações brasileiras e das sanções impostas a autoridades nacionais.
No dia seguinte ao breve encontro na ONU, Lula demonstrou otimismo quanto à abertura de um canal de diálogo com os Estados Unidos. "Quando essa reunião acontecer, acredito que tudo será resolvido, e Brasil e Estados Unidos voltarão a viver em harmonia", afirmou.
Brasília espera ampliar a lista de produtos brasileiros isentos da sobretaxa, como já ocorre com o suco de laranja e aeronaves. A medida afeta setores estratégicos da economia nacional e levanta preocupações sobre o respeito à soberania brasileira - ponto que Lula fez questão de enfatizar durante a conversa.
Lula também lembrou que o Brasil é um dos três países do G20 com os quais os EUA mantêm superávit na balança comercial de bens e serviços.
Reaproximação?
Segundo o Planalto, ficou acertado que haverá um encontro presencial entre os dois presidentes em breve. Uma das possibilidades cogitadas é que a reunião ocorra durante a Cúpula da ASEAN, na Malásia, no fim de outubro. Para facilitar o diálogo, Lula e Trump trocaram números de telefone e estabeleceram uma linha direta de comunicação.
As tarifas sobre importações brasileiras adotadas pelo governo norte-americano foram uma resposta à suposta perseguição política contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Trump. Entre os produtos afetados estão carne, café e castanhas, outros itens em que o Brasil é líder global de exportação. Em resposta, o governo brasileiro lançou um plano de socorro que inclui linhas de crédito aos setores atingidos, adiamento na cobrança de tributos e flexibilização nas regras de compras públicas.
Lula designou o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para conduzir as negociações sobre as tarifas. Pelo lado norte-americano, o responsável será o secretário de Estado, Marco Rubio.
O presidente brasileiro também aproveitou a ocasião para renovar o convite a Trump para participar da COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que será realizada em Belém, em novembro. Acompanharam Lula na videoconferência o vice-presidente Alckmin, os ministros Mauro Vieira e Fernando Haddad, além de Sidônio Palmeira, da Secretaria de Comunicação.
A conversa ocorre dois meses após o anúncio do tarifaço de 50% sobre exportações brasileiras. Além das sobretaxas, a Casa Branca impôs sanções como a revogação de vistos de autoridades ligadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao governo Lula.
A decisão mais dura do governo Trump nesta área foi a aplicação da Lei Global Magnitsky contra o ministro do Supremo Alexandre de Moraes durante o julgamento de Bolsonaro. Esta lei, usada contra estrangeiros acusados de corrupção grave ou violações sistemáticas de direitos humanos, foi estendida posteriormente à esposa de Moraes, a advogada Viviane Barci de Moraes.
RFI com agências