Síndica acusada de mandar matar vizinho é condenada a 18 anos de prisão
Priscilla de Oliveira foi julgada pela morte do empresário e vizinho Carlos Eduardo Monttechiari
A síndica Priscilla Laranjeira Nunes de Oliveira, de 47 anos, foi condenada a 18 anos e 8 meses de prisão em regime fechado nesta quarta-feira, 29, no Rio de Janeiro. A mulher era suspeita de mandar matar o vizinho e empresário Carlos Eduardo Monttechiari, em fevereiro de 2021, depois de ele acusá-la de desviar dinheiro do condomínio em que viviam.
O julgamento teve início na terça-feira, 28, e a decisão foi tomada pela juíza da 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Elizabeth Louro. Priscilla foi considerada como a mentora do assassinato e acusada de premeditar o crime. De acordo com a sentença, Priscilla causou um prejuízo de R$ 4 milhões em desvios enquanto atuava na função, além de exibir atitudes autoritárias e agressivas contra quem a contrariasse.
Segundo informações do jornal O Dia, uma das moradoras do condomínio afirmou que a vítima teria descoberto as fraudes e que tinha um arquivo com várias provas contra a síndica. O material seria apresentado na assembleia do condomínio, marcada para o dia 5 de fevereiro de 2021. Carlos Eduardo foi morto quatro dias antes. A informação sobre as fraudes foi confirmada pelo atual síndico do condomínio.
Ainda de acordo com a sentença, a mulher intimidava não só a vítima, como também as filhas dele, os perseguindo por meio da estrutura do próprio condomínio “a demonstrar clara premeditação, maior intensidade de dolo, além de alta periculosidade”.
O comparsa e executor do crime, Leonardo Lima, com quem Priscilla tinha um relacionamento amoroso e que trabalhava no condomínio, foi condenado a 15 anos de prisão.
Ambos estão presos desde março de 2021. À TV Globo, a defesa de Priscilla afirmou que a condenação de sua cliente não respeitou as provas apresentadas nos autos do processo e que irá recorrer.
"Infelizmente os jurados reconheceram a participação da acusada na empreitada criminosa. Ela recebeu uma pena de 18 anos de reclusão, baseada numa decisão manifestamente contrária às provas dos autos. Nós já interpusemos o recurso de apelação e o que se espera é que o Tribunal de Justiça reforme essa decisão, submetendo a acusada a um novo julgamento", comentou o advogado Marcello Ramalho.