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RJ: alojamento em Jacarepaguá divide índios da Aldeia Maracanã

Enquanto 12 chegaram neste domingo ao local, outros invadiram sede do museu em Botafogo, descontentes com a escolha

24 mar 2013 - 15h40
(atualizado às 15h44)
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Manifestantes se reuniram em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro na tarde desta sexta-feira para protestar contra a remoção dos índios que ocupavam o Museu do Índio, executada nesta manhã
Manifestantes se reuniram em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro na tarde desta sexta-feira para protestar contra a remoção dos índios que ocupavam o Museu do Índio, executada nesta manhã
Foto: Daniel Ramalho / Terra

A escolha do terreno em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro, para a construção de alojamentos, dividiu os índios que ocupavam a Aldeia Maracanã (antigo Museu do Índio), na zona norte da cidade. Enquanto 12 deles chegaram neste domingo ao local, onde ficarão provisoriamente, outra parte, descontente com a escolha, se dirigiu nesta madrugada ao atual Museu do Índio, em Botafogo, na zona sul. O grupo de cerca de 60 pessoas foi retirado pela polícia e levado para a sede da Justiça Federal, no Centro. Uma audiência era realizada para tentar resolver o impasse. 

Por volta das 4h, a polícia fechou a rua da sede do atual Museu do Índio, na Rua das Palmeiras, em Botafogo, para retirar o grupo que estava no local. Índios e manifestantes teriam saído do Hotel Acolhedor Santana 2, no Centro (para onde foram levados pelo governo do Estado após a retirada da Aldeia Maracanã), e se encaminhado para o prédio. A desocupação da Aldeia Maracanã, na sexta-feira, foi marcada pelo confronto com policiais do Batalhão de Choque da PM.

Ontem, funcionários do Estado concluíam a montagem das instalações que abrigarão os índios que foram retirados da Aldeia Maracanã. O local onde foram construídos os alojamentos abriga a antiga colônia de Curupaiti, destinada a portadores de hanseníase. O terreno é ocupado por cerca de 2 mil pessoas, sendo 250 hansenianos.

O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) emitiu nota oficial destacando que não se opõe à chegada dos índios, mas reforçando que a ocasião é uma oportunidade para reflexão sobre como a sociedade lida com o problema das populações historicamente excluídas. "As pessoas atingidas pela hanseníase e os indígenas, que lutam pela manutenção de sua identidade étnica e pelo exercício de sua cidadania, fazem parte deste grupo", disse o grupo.

Terreno

Os índios escolheram na sexta-feira o terreno de Jacarepaguá, oferecido pelo governo do Estado, para construir o alojamento provisório. Em nota, o governo afirmou que o Centro de Referência da Cultura Indígena, que antes seria na Quinta da Boa Vista, também será construído no local. No entanto, de acordo com o cacique Carlos Tukano, um dos líderes do grupo, ainda haverá um diálogo sobre essa possibilidade, pois os índios preferem que o centro de referência seja no Centro da Cidade.

"Escolhemos o terreno em Jacarepaguá que é uma área ampla, com bastante vegetação, mas o Centro de Referência Indígena queremos na região central. Vamos sentar para conversar com o governo sobre essa questão", afirmou Tukano. Os indígenas visitaram na sexta os três locais oferecidos pelo Estado, acompanhados da subsecretária de Assistência Social e Descentralização da Gestão, Nelma de Azeredo, e optaram pelo terreno de Jacarepaguá, que tem 2 mil m². Além do bairro da Zona Oeste, eles tinham a opção de escolher um espaço em Bonsucesso ou ao lado do galpão da empreiteira Odebrecht, na Avenida Visconde de Niterói.

“Os índios foram conhecer o espaço que lhes oferecemos em Jacarepaguá, na antiga Colônia Curupaiti, e gostaram tanto que decidiram ficar por lá desde já. Eles decidiram também que o Centro de Referencia da Cultura Indígena será construído na mesma área. Isso torna tudo mais fácil, porque não teremos que esperar o presidio da Quinta da Boa Vista ser desativado para começarmos as obras do Centro”, afirmou o secretário de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira, contrariando Tukano no que se refere ao Centro de Referência Indígena.

Os alojamentos para residência temporária contarão com beliches, contêiner cozinha e contêiner banheiro, sendo um feminino e um masculino. 

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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