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Em protesto, Black Blocs interditam avenida no centro do RJ

30 ago 2013 - 20h18
(atualizado às 20h34)
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Manifestantes Black Block se concentram para manifestação na Cinelândia, em frente à Câmara dos Vereadores, no centro do Rio de Janeiro
Manifestantes Black Block se concentram para manifestação na Cinelândia, em frente à Câmara dos Vereadores, no centro do Rio de Janeiro
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

Dezenas de pessoas do movimento Black Bloc fizeram uma caminhada pelas principais avenidas do centro do Rio de Janeiro nesta sexta-feira, em mais um protesto na capital fluminense. Algumas vias da região precisaram ser interditadas por motivos de segurança. O grupo saiu da Cinelândia, onde estava concentrado, caminhou pela contramão da avenida Rio Branco e seguiu pela avenida Presidente Vargas, que precisou ser interditada em vários momentos.

Às 20h20, os manifestantes estavam próximos à Central do Brasil, mas o destino da caminhada não havia sido divulgado. Em vários momentos, policiais militares que acompanham o grupo revistaram manifestantes e pediram que eles abrissem mochilas, o que provocou tumulto pela indignação dos demais integrantes.

Por causa da caminhada, o trânsito em ambos os sentidos da avenida Presidente Vargas está bastante congestionado. Segundo o Centro de Operações da prefeitura do Rio de Janeiro, às 20h10, a pista lateral da via foi interditada na altura da Cidade Nova, sentido Candelária. Um desvio foi montado para a pista central. A retenção causou reflexos no trânsito na avenida Francisco Bicalho e na praça da Bandeira.

A caminhada foi acompanhada de perto por policiais do Grupamento de Policiamento de Proximidade em Multidões (GPPM), criado com objetivo de mediar conflitos com manifestantes, e integrantes do Batalhão de Choque.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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