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Bolsonaro diz que não tratou de cargos com dirigentes

'Tratamos de questões partidárias, governabilidade e a nova Previdência', afirmou

4 abr 2019 - 21h13
(atualizado às 21h48)
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O presidente Jair Bolsonaro negou que tenha tratado de indicações políticas para cargos públicos nas conversas com dirigentes partidários ao longo desta quinta-feira, 4. Em busca de um entendimento com o Parlamento, ele agradeceu os presidentes das siglas e disse que confia no Congresso durante transmissão ao vivo que faz todas as quintas-feiras. Ao lado dos ministros Augusto Heleno (GSI) e Sergio Moro (Justiça), Bolsonaro também fez uma defesa mais enfática da necessidade da aprovação da reforma da Previdência.

"Tratamos de questões partidárias, governabilidade e a nova Previdência. Ao contrário do que parte da mídia disse, em nenhum momento nós tratamos aqui de cargos. Eles (presidentes dos partidos) têm perfeito entendimento de que querem colaborar não com o governo, mas com o Brasil", disse o presidente.

Ao agradecer os líderes partidários por terem ido ao Planalto para as reuniões, Bolsonaro disse que "o Brasil está acima dos nossos interesses". "Nada foi tratado sobre cargos, nem da parte deles, nem da nossa parte. O Brasil está acima dos nossos interesses. Então quem ontem falou que haveria questões envolvendo cargos caiu do cavalo", afirmou. Na quarta-feira, o vice-presidente Hamilton Mourão disse que, se aceita, a coalizão terá como contrapartida cargos no governo.

Presidente da República em reunião com parlamentares e dirigentes partidários. 
Presidente da República em reunião com parlamentares e dirigentes partidários.
Foto: Marcos Correa/Presidência da República / Estadão

Na live, Bolsonaro citou os nomes de alguns dirigentes e líderes que recebeu nesta quinta, mas não citou o do presidente do MDB, Romero Jucá. No ano passado, antes da campanha eleitoral, Bolsonaro criticou Jucá e disse que jamais subiria no palanque com ele. "Assim como, se eu for presidente, ele não vai sentar na minha frente e pedir o banco do Nordeste, da Amazônia", afirmou na ocasião.

Sem especificar quando, Bolsonaro citou que a votação da reforma vai acontecer em algum momento desse ano. "A (reforma da) Previdência interessa para nossos filhos e netos... É importantíssimo. Temos que garantir via essa reforma que aposentados do futuro vão receber suas pensões e seus proventos, suas aposentadorias. Bem como os já aposentados também vão continuar recebendo", defendeu.

O presidente também negou que teria intenção de gravar os dirigentes partidários nas reuniões e reforçou a relação de confiança no Legislativo. "Jamais faria algo que quebrasse confiança entre nós. Eu acredito no parlamento brasileiro, acredito que vai fazer sua parte não só na reforma da Previdência, mas nas demais reformas que estão dentro da Câmara."

Antes da transmissão ao vivo, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, contou que Bolsonaro se desculpou com alguns presidentes de partidos por "caneladas". "Todos concordaram que é momento de passar por cima das nossas diferenças, passar por cima do que aconteceu durante o período eleitoral. O presidente, com a sua humildade, se desculpou por uma canelada aqui e acolá. E a gente vai conseguir uma coisa que é muito importante, unir todos que são verde e amarelo a favor do Brasil", declarou Onyx a jornalistas.

Na próxima semana, há seis partidos confirmados para a nova rodada de conversas com Bolsonaro no Palácio do Planalto: Avante, Novo, Solidariedade, Podemos, PR e PSL.

Estadão
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