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Além de Lulinha, veja outros parentes de Lula investigados

Luís Cláudio, o caçula do ex-presidente, é réu no âmbito da Operação Zelotes; empresa de Fábio Luís foi alvo da Lava Jato na terça

11 dez 2019 - 12h31
(atualizado às 12h49)
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Além de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem outro de seus filhos envolvido em investigações criminais. Luís Cláudio, o caçula, é réu no âmbito da Operação Zelotes, que investiga um esquema de compra de medidas provisórias para favorecer montadoras de veículos.

Em 2015, o escritório de Luís Cláudio foi alvo de uma mandado de busca e apreensão da Polícia Federal devido à suspeita de que uma de suas empresas, a LFT Marketing Esportivo, recebeu pagamentos do lobista Mauro Marcondes, investigado por negociar a edição da MP 471, que prorrogou incentivos fiscais para o setor automotivo, durante o governo Lula.

Luis Cláudio, que também é dono da empresa Touchdown, confirmou à época o recebimento de R$ 2,4 milhões, mas sustentou que os valores se referiam a projetos desenvolvidos para uma empresa de Marcondes, a Marcondes e Mautoni Empreendimentos, na área de esportes, mas nunca deu detalhes dos serviços prestados.

A defesa de Luís Cláudio negou as acusações dizendo que a "prestação de serviços da LFT para a Marcondes & Maltone ocorreu entre 2014 e 2015 - mais de 5 anos depois da referida MP e está restrita à atuação no âmbito de marketing esportivo".

Além do envolvimento na Zelotes, o Estado noticiou, em outubro de 2016, que um laudo da PF, com informações da Receita, apontavam uma variação "formalmente incompatível" no patrimônio de Luis Cláudio entre 2011 e 2013. O laudo faz parte do inquérito que investiga o caso do sítio de Atibaia, o mesmo que nesta terça, 10, mirou a empresa de seu irmão, Fábio Luís. Segundo o Ministério Público Federal, teriam sido repassados pela Oi/Telemar pelo menos R$ 132 milhões em favor de empresas do grupo Gamecorp/Gol, controladas por Fábio Luís Lula da Silva, filho mais velho de Lula, pelos irmãos Fernando Bittar e Kalil Bittar e pelo empresário Jonas Suassuna.

Os advogados de Luis Cláudio disseram que o laudo não apontava nenhum ato ilícito e que a variação do patrimônio devia-se "ao fato de que Luis Cláudio pagou despesas relativas à sua empresa que foram por ela reembolsadas".

Tráfico de influência

Em março de 2019, a PF indiciou Lula e Luís Cláudio por supostos crimes de lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Motivado pela delação da Odebrecht, o inquérito mira pagamentos à empresa de marketing esportivo Touchdown, de propriedade de Luís Cláudio, que teria recebido, segundo a PF, R$ 10 milhões da empreiteira como contrapartida a uma suposta ajuda de Lula na aproximação da Odebrecht com o governo de Dilma Rousseff.

A defesa disse que Lula jamais solicitou ou recebeu, para si ou para terceiros, qualquer valor da Odebrecht ou de outra empresa a pretexto de influir em ato da ex-Presidente Dilma que não teve qualquer atuação nas atividades da Touchdown.

Em 2017, o filho adotivo do ex-presidente, Marcos Cláudio, teve sua casa em Paulínia, na região de Campinas, no interior de São Paulo, alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Civil após denúncia anônima sobre uso de drogas no local. Os agentes, no entanto, não encontraram nada de ilícito no local.

Além dos filhos, Lula também teve um sobrinho como alvo de investigações. Em julho deste ano, a Justiça Federal de Brasília rejeitou parte de uma denúncia contra o ex-presidente e seu sobrinho, Taiguara Batista, no âmbito da Operação Janus, por supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em contratos da Odebrecht em Angola. O juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, no entanto, rejeitou a acusação de lavagem de dinheiro contra Lula e Taiguara, presente no mesmo inquérito.

Estadão
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