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Advogado de Brasília paga local de evento de novo partido de Bolsonaro

Luis Felipe Belmonte é o segundo vice-presidente do Aliança pelo Brasil; ele é suplente do senador Izalci Lucas (PSDB-DF)

21 nov 2019 - 18h14
(atualizado às 18h26)
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BRASÍLIA - O advogado Luis Felipe Belmonte, anunciado nesta quinta-feira, 21, como segundo vice-presidente do Aliança pelo Brasil, afirmou ter sido responsável por pagar o auditório escolhido para o ato de fundação da nova sigla do presidente Jair Bolsonaro. O advogado é casado com a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF) e é suplente do senador Izalci Lucas (PSDB-DF).

O espaço com capacidade para quase 500 pessoas fica no hotel Golden Tulip, em Brasília, do qual um dos sócios é do empresário Paulo Octavio, ex-governador do Distrito Federal e atual presidente regional do PSD, acusado de envolvimento no mensalão do DEM, o que ele nega.

Questionado pelo Estado, Belmonte não revelou o valor da locação, mas disse que foi uma doação sua para o Aliança. "O partido ainda não existe, não tem como fazer despesa. Eu, como estou participando desde o primeiro momento, fiz essa doação", disse.

Durante seu discurso nesta manhã, o presidente Jair Bolsonaro chegou a agradecer Paulo Octávio pela "cessão" do local. "Conversei há pouco com o Paulo Octávio, ao qual eu agradeço a cessão desse local e perguntei sobre a taxa de ocupação de hotéis. Ele disse que está bem superior à do ano passado, é um sinal de que a economia vai se aquecendo", disse Bolsonaro. "Cedeu porque o local é muito solicitado. Ele (Paulo Octávio) conseguiu liberar na data", disse Belmonte, ao justificar o termo usado pelo presidente.

O hotel ficou conhecido durante os governos do PT por abrigar eventos e reuniões do partido. Belmonte foi um dos principais doadores de campanhas no Distrito Federal no ano passado. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele destinou R$ 3,947 milhões aos candidatos, a maior parte para Izalci.

Segundo Belmonte, o Aliança está estudando meios de se viabilizar financeiramente e uma das possibilidades é a realização de crowdfunding. "A partir de agora vamos precisar de um sistema de arrecadação", disse.

Segundo aliados de Bolsonaro, uma vaquinha foi feita para pagar os outros custos, como os telões instalados dentro na parte externa, onde apoiadores acompanharam os discursos, seguranças e recepcionistas. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) disse ter dado R$ 200. "Foi feito um rateio, cada um deve contribuir com um pouco."

O deputado Filipe Barros (PSL-PR) disse que não chegou a contribuir, mas deixou seu nome à disposição caso precise. Ainda segundo o parlamentar, será disponibilizada uma planilha no site do partido com todos os gastos.

Estadão
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