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MS: delegado não vê racismo em caso de menina negra empurrada, e família questiona

O filho do homem que empurrou a menina teria dito que o pai "só gosta de quem tem olho azul, odeia quem é de olho castanho"

15 mar 2024 - 15h45
(atualizado às 16h40)
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Resumo
O delegado responsável pelo caso de uma menina negra empurrada por um pai de um colega em uma escola de Campo Grande (MS) não vê indícios de crime de racismo, mas a advogada que a representa questiona o enquadramento do caso como 'vias de fato', citando uma fala do filho do suspeito.
Homem invade escola e empurra criança negra em MS:

O delegado responsável pelo caso da menina negra que foi empurrada pelo pai de um colega em uma escola em Campo Grande (MS) não viu indícios de crime de racismo. A informação foi compartilhada pela advogada Lione Balta, que representa a família da menina, nesta sexta-feira, 15. Ela questiona que o caso tenha sido enquadrado como "vias de fato".

A advogada afirmou que, após ter acesso ao inquérito policial, foi surpreendida pelo depoimento dado pelo filho do suspeito. Segundo Lione Balta, o garoto disse: "O meu pai não gosta que me pega, é porque meu pai só gosta de quem tem olho azul, ele odeia quem é de olho castanho."

Para a advogada, a afirmação seria suficiente para apontar que houve racismo na ação do pai do menino.

"Apesar de toda a investigação e do depoimento chocante realizado pelo próprio filho do acusado, é estarrecedor que a polícia não veja o cristalino preconceito no caso, e que, se não fosse a comoção popular e seus pedidos de providências, o caso pudesse ser apenas mais um dia comum em um pais já tão desigual", afirma a nota da equipe jurídica.

O texto acrescenta ainda que a família lamenta o enquadramento do caso como "vias de fato" e que mais medidas serão tomadas.

Procurada anteriormente, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul (PCMS) respondeu, na manhã desta sexta, que ainda estava "conduzindo uma investigação abrangente sobre os eventos recentes ocorridos em uma escola municipal da capital". E, por isso, a dinâmica e tipificação dos incidentes estariam sob sigilo.

Após a publicação da nota da advogada Lione Balta, o Terra procurou novamente a PCMS, que ainda não retornou o contato.

Fonte: Redação Terra
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